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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Relaxamento é a chave para um parto tranquilo e com menos dor

Fonte - site uol publicada em 21/10/2010
Por - Carla Prates "Especial para o UOL Ciência e Saúde"


Conhecida como a dor mais insuportável do mundo, a sensação dolorosa do parto pode ser minimizada se a gestante conseguir manter a mente tranquila. Na opinião de especialistas, a palavra-chave para diminuir a sensação de dor na hora de dar à luz é o relaxamento.

De acordo com o médico Alessio Calil Mathias, especialista em ginecologia, obstetrícia e reprodução humana do Hospital São Luiz, em São Paulo, a percepção da dor, de modo geral, é relativa, depende de cada pessoa. “Uma mesma queimadura pode não doer tanto para alguns como para outros. E isso está relacionado com a produção de endorfina, o hormônio do bem-estar e do prazer. Se o organismo produz mais endorfina a sensação de dor é menor. Pessoas mais tensas, estressadas, nervosas e ansiosas tendem a liberar menos endorfina e, consequentemente, terão mais dor na hora do parto”, relata o médico.

O medo contribui para o processo da dor. No livro “Correntes da Vida”, o psicoterapeuta inglês David Boadella explica o que acontece: “(...) o útero tenta fazer duas coisas antagônicas ao mesmo tempo: tenta abrir-se, sob a influência do relógio biológico que atua através do hormônio que prepara o caminho para o bebê nascer; e, simultaneamente, tenta manter-se fechado, sob a influência dos nervos simpáticos, trazidos à ação pelo medo. É como se alguém quisesse dobrar e esticar o braço ao mesmo tempo; o braço teria um espasmo, que causaria dor”.

É o conhecido ciclo vicioso da fisiologia da dor: medo-tensão-dor. Quando temos medo ficamos tensos e a tensão causa mais dor.

Para relaxar, vale de tudo, conforme a opinião de Mathias. Desde técnicas alternativas, como acupuntura, pilates, ioga, homeopatia, florais sem álcool ou até dançar, cantar e gritar. “Tudo que puder aliviar o ciclo medo-tensão-dor é útil; claro sempre com orientação de um médico e sem prejuízos para a criança”, ele pondera.

Cada pessoa tem seu jeito de relaxar e isso deve ser incentivado desde o início do parto. O mais importante é a gestante se dedicar ao que ela gosta de fazer, não importando o que seja. A saúde em ordem, física, psíquica e emocional, é mais um fator importante para o relaxamento. Por isso o obstetra costuma recomendar o início do pré-natal três meses antes de a paciente engravidar.

Conforto

Se manter a tranquilidade é o melhor antídoto contra as dores no parto, nada melhor que o ambiente doméstico e o acolhimento de pessoas queridas nesta hora. Fernanda Lopes Martins Pereira teve seu primeiro e único filho com apenas 15 anos de idade. Ela conta que não sentiu muita dor durante o trabalho de parto. Em grande parte, ela atribui isso a ter ficado em casa o maior tempo possível. “A maioria das pessoas já sente dor e vai logo para o médico. Passar esse processo em casa, no conforto do lar, me ajudou muito”, acrescenta Fernanda.

Entre as recomendações do obstetra Mathias está a de que a gestante só deve ir ao hospital com contrações em intervalos de cinco em cinco ou dez minutos a cada hora, daí a garantia é maior de que ela terá a dilatação necessária e o parto será mais tranquilo. “Assim que entra em trabalho de parto, costumo aconselhar à futura mamãe a passear no shopping, fazer algo para se distrair e que dê prazer, atuando na liberação de endorfina. O ambiente hospitalar é muito estressante, tem gente entrando para fazer o toque, outras pacientes gritando...”, pondera.

Renata Dias Gomes tem dois filhos; o segundo parto foi o menos dolorido e aconteceu no aconchego do lar, na banheira. Ela conta que “estar em casa foi uma delícia e tornou o momento mais prazeroso”. Ao lado dela, estavam o obstetra, o marido e uma doula informal, que ajudou com massagens, apoio físico e emocional. Mas vale lembrar que nem todos os médicos são favoráveis ao parto domiciliar.

Informação é fundamental

Na opinião da obstetriz Ana Cristina Duarte, uma das coordenadoras do Gama (Grupo de Apoio à Maternidade Ativa), metade das garantias para se precaver contra um parto muito dolorido está na busca de informações.

Uma gestante bem informada fica longe de intervenções e práticas perigosas, como a aplicação de ocitocina (que estimula as contrações do útero e a expulsão do bebê). Também evita ficar parada na hora do parto e o rompimento artificial da bolsa. Esses procedimentos podem trazer ainda mais dor e aumentam o risco de cesárea e fórceps. Tomar anestesia cedo demais é outro fator prejudicial.

A obstetriz pondera a necessidade de se procurar profissionais que tenham uma filosofia de atendimento que privilegie o parto normal e as ações que mudem a perspectiva da dor, para que a gestante passe a encará-la de forma positiva. Esses também são fatores que aumentam a confiança e afastam o medo e a insegurança na hora de dar à luz, de acordo com Ana Cristina.

domingo, 17 de outubro de 2010

Interessante... Nem sempre ter um prato verdinho é garantia de que você está se alimentando direito

Fonte - site www.minhavida.com.br
Por Andressa Basilio Publicado em 15/10/2010










Você pensa que ter uma alimentação saudável é sempre positiva? Pois, saiba que, assim como tudo o que é exagero faz mal, não poderia ser diferente em relação aos hábitos alimentares saudáveis. A nova onda de comida orgânica e livre de gordura trans pode estar difundindo na cabeça das pessoas a essencialidade dos bons hábitos alimentares. Isso é bom, mas o que dizer quando a diferença entre preocupação com a alimentação vira obsessão? Acredite, isso já foi notado na população e está sendo chamado pelos especialistas de ortorexia.

A chamada ortorexia nervosa é caracterizada pela obsessão patológica pelo consumo de alimentos saudáveis e pelos cuidados com os alimentos. Segundo os especialistas, isso é prejudicial porque acaba interferindo em vários aspectos da vida da pessoa, tanto em relação ao tempo em que ela fica refém de preparar e escolher os alimentos, quanto ao convívio social. "A pessoa passa a não fazer refeições fora de casa, a não comer nada preparado por outra pessoa, ela se incomoda com os hábitos dos outros, ou seja, ela acaba perdendo o limite do que é cuidar da saúde e o que é obsessão", explica a nutricionista da Unifesp, Camila Leonel.

Porém, a ortorexia é um conceito muito recente e ainda não é classificada como um distúrbio alimentar por falta de critérios para o diagnóstico. No entanto, o aparecimento dessa alteração do comportamento alimentar chama atenção para uma tendência do medo coletivo em relação à comida. "As pessoas estão ficando mais preocupadas com a qualidade de vida e com a saúde, mas acabam exagerando quando pensam que a alimentação se tornou algo ruim", diz a nutricionista da Unifesp.

Comer bem e direito não significa ter que excluir itens do cardápio, mas saber agrupar, combinar e reorganizar o cardápio de acordo com as necessidades e restrições de cada um. Para que você entenda melhor o que é preciso para ter uma alimentação realmente saudável, sem cair nas pegadinhas de senso comum e para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, comemorado nesta sexta-feira (16), o Minha Vida foi desvendar algumas questões. Confira:

1.Cortar de vez doces e gorduras

Errado. Muitas pessoas pensam que para reeducar a alimentação é preciso cortar o mal pela raiz. Porém, como ensina a nutricionista da Unifesp, Camila Leonel, comer guloseimas e gordura eventualmente não quer dizer ter uma alimentação ruim. "Existe uma faixa de consumo de gordura e de doces aceitável para se consumir todos os dias. Ninguém está livre de comer um doce ou de usar óleo para fazer comida. O problema é só quando isso passa a ser exagero", ensina a nutricionista. Na alimentação saudável entra de tudo. Por isso, não é nenhum crime querer um docinho de vez em quando.

2.Quanto menos calorias melhor

As calorias são grandes inimigas de quem resolve fazer dieta? Não necessariamente. Segundo Camila Leonel quem quer ter uma alimentação saudável não precisa ficar se preocupando demais com as calorias. "Às vezes temos produtos alimentares que são mais calóricos e mais vantajosos. Um bom exemplo é um pão de forma normal e um pão de forma integral. O integral é até mais calórico, porém a quantidade de fibras compensa as calorias extras e acaba sendo melhor optar pelos integrais." É sempre melhor avaliar quais benefícios os alimentos podem trazer ao organismo em vez da quantidade de calorias que ele vai trazer.

3.Só na saladinha

Dica: não fique. Se você pretende ter realmente uma alimentação saudável, não pode focar apenas em um grupo alimentar. Aqui cabe definir que a lógica da alimentação completa e equilibrada é, como ensina Camila Leonel, incluir no cardápio um pouco de cada grupo alimentar, ou seja, uma fonte de energia, vitaminas, minerais e proteínas. Se você ficar só na salada, dificilmente vai conseguir satisfazer todas as necessidades de nutrientes do seu organismo. Sem contar que uma hora vai enjoar de fazer sempre a mesma refeição.

4. Fora, industrializados!

Tem gente que faz uma verdadeira guerra contra eles. Mas, será que é válido dedicar todos os nossos esforços no combate aos industrializados ou é mais vantagem tentar controlar a qualidade e a quantidade do que ingerimos? É praticamente impossível viver apenas consumindo produtos naturais, por isso, a consciência de que ser saudável é equilibrar é, novamente, muito importante. Uma vez ou outra consumir um produto congelado ou enlatado não é problema, desde que se controle os excessos e se evite aqueles produtos que fazem mal especificamente para o seu organismo.

5.Não gosto disso e não me faz falta

Dependendo do alimento, sim, você pode seguir seu desejo e evitá-lo. Desde que você ache um substituto equivalente.
"Se a pessoa apresenta uma resistência aos legumes, por exemplo, o ideal é que ele consuma bastantes frutas, que pertencem ao mesmo grupo alimentar. Mas, essa medida é a curto prazo, porque o trabalho que fazemos a longo prazo ensina que uma pessoa precisa começar a experimentar novos sabores para agregá-los à alimentação, propiciando variedade", ensina a nutricionista.

6.Ser vegetariano é ser mais saudável

Não necessariamente. Um dos maiores mitos que se criou hoje em dia é em relação à comida vegetariana. Aqueles que resolvem aderir de vez o cardápio precisam ficar atentos se não estão fazendo as substituições erradas na hora de se alimentar. De acordo com o endocrinologista Fillipo Pedrinola, especialista do Minha Vida, a dieta vegetariana é caracterizada por níveis reduzidos de gorduras saturadas, colesterol e proteínas animais, e níveis superiores de carboidratos, fibras, potássio e antioxidantes. Mas isso não significa que os vegetarianos não engordem. "É frequente vermos vegetarianos acima do peso. Isso ocorre, na maioria dos casos, porque a dieta puramente vegetariana muitas vezes não é capaz de suprir a quantidade necessária de proteínas, a menos que seja muito bem orientada", afirma ele.

7.Queime todos os carboidratos

Como toda fonte de energia, os carboidratos servem para serem gastos. Mas, alto lá: não se esqueça de repor tudo de volta. "Carboidratos são essenciais para o organismo, na medida em que são responsáveis por atividades corriqueiras como andar, correr e trabalhar", aponta Camila.

As pessoas costumam achar que precisam bani-los da dieta para não engordar. Tem até dieta que propõe cortes desse grupo. Mas isso, além de ser um erro, pode comprometer a saúde, uma vez que sua ingestão também alimenta as células do corpo, em especial as do sistema nervoso central. "Carboidratos não podem ser cortados da dieta. Muito pelo contrário, é recomendado seguir uma alimentação que forneça pelo menos 50% do seu total calórico deste grupo alimentar", ensina Camila Leonel.