Minha escolha, minha profissão

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domingo, 29 de abril de 2012

Dilema dos pais quando chega a hora de escolher o berçário...

Fonte - http://claudia.abril.com.br/materia/como-escolher-o-bercario-4856/?p=/familia-e-filhos/bebe

Preparer-se para desvendar todos os mistérios que rondam a difícil escolha de encontrar um lugar para deixar seu bebê

Perto de casa ou do trabalho? O que deve pesar mais: uma área externa grande ou uma superbrinquedoteca? A formação do professor é importante? As dúvidas são tantas que é normal ficar insegura sobre onde deixar o bebê na hora de voltar ao trabalho. Na verdade, inúmeros fatores contam pontos. Então, antes de começar as visitas aos berçários, confira nosso roteiro e fique mais segura para acertar na escolha.

Um bom começo é saber que, embora até os 2 anos a rotina do bebê na escola ainda se foque em cuidados como troca de fraldas e alimentação, ela não deve se resumir a isso. É importante conversar com o coordenador pedagógico para saber o que mais é oferecido para a faixa de idade do seu filho. “Mesmo novinha, a criança deve ouvir música e histórias, ver reproduções de obras de arte, manipular instrumentos musicais. O convívio precoce com diferentes formas de arte a leva a se familiarizar naturalmente com elementos da nossa cultura”, diz a assessora em educação Beatriz Gouveia, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá, ONG dedicada à formação de professores, em São Paulo.

A melhor maneira de descobrir se há equilíbrio entre os cuidados básicos, as brincadeiras e as vivências culturais é pedir a programação detalhada de uma semana. “A criança deve realizar pelo menos uma atividade de cada tipo todos os dias”, ensina Beatriz. Também é importante saber de que forma a escola trabalha com valores morais e éticos, como o respeito ao próximo e ao meio ambiente. “Mas não se fixe no discurso”, aconselha Gisela Wajskop, diretora acadêmica do Instituto Superior de Educação de São Paulo – Singularidades. “Analise a postura dos profissionais e procure marcas no espaço físico que demonstrem que esses valores são de fato disseminados, como bonecas de várias etnias e brinquedos de sucata, entre outros”, aconselha Gisela.

Professores na sua mira
A formação superior em pedagogia é obrigatória para os professores de educação infantil, mas não para os auxiliares que acompanham as classes. Até 18 meses, a medida é um professor e dois auxiliares para 12 alunos. De 18 a 30 meses, um professor e dois auxiliares são suficientes para 16 alunos. Esses limites são importantes para garantir que o bebê seja atendido em todas as suas necessidades. Verifique ainda se a escola mantém programas de formação continuada para os professores e se as turmas contam com a supervisão do coordenador pedagógico ou de outro profissional especializado. Observe também o carinho e a atenção que os professores dispensam aos pequenos. “O cuidado que a criança recebe nessa fase é essencial para sua capacidade de relacionamento, formação de autoimagem e desenvolvimento emocional”, lembra Beatriz.

Estímulos (e espaço) sob medida
Uma criança que começa a conhecer o corpo e ganha autonomia a cada dia precisa de ambientes amplos para rolar, engatinhar, andar e correr. “Escadas e desníveis aumentam o risco de quedas”, lembra Beatriz. “Já rampas e pequenos obstáculos ajudam a descobrir novos movimentos”. Confira outros indícios positivos.

• Almofadas e espelhos nas salas de convivência favorecem a movimentação e o autoconhecimento.

• Uma área externa com sol indireto em pelo menos um período do dia, além de terra e areia para brincar, propicia experiências sensoriais importantes nessa idade.

• Os brinquedos devem ter diferentes texturas, tamanhos, formas e cores. Carrinhos de puxar e de empurar, blocos para empilhar, jogos de encaixe, bolas e baldinhos continuam imbatíveis para a estimulação.

• Os livros têm que estar em prateleiras e armários compatíveis com a altura do pequeno – o acesso fácil a eles ajuda a despertar o gosto pela leitura.

• O acervo de histórias e músicas precisa ser diversificado para estimular a linguagem. É bom que reúna, por exemplo, cantigas infantis tradicionais e modernas e até música clássica. Além de livros com ilustrações grandes e quase sem texto, também são bem-vindos contos de fadas, trava-línguas e pequenas poesias.

Saúde em primeiro lugar
Limpeza e bons hábitos de higiene minimizam o contágio por vermes e doenças tipicamente infantis.
Por isso, verifique se os ambientes são arejados, limpos e bem ventilados. Pergunte como os brinquedos são higienizados e com que frequência há troca de lençóis e capas de almofadas. O correto é lavar com água e sabão ao final de cada período e mudar as capas de almofada duas vezes por semana. Quanto ao lençol, o ideal é cada um levar o seu e trocá-lo semanalmente. Aproveite a visita para observar se assistentes e professores lavam as próprias mãos após trocar a fralda de cada criança e se os pequenos são levados para lavar as mãozinhas antes de comer e depois de brincar na areia ou na terra. A presença de pia, dispenser de sabonete e toalheiros abastecidos é um bom sinal.

A rotina é saudável para crianças pequenas e cabe ao berçário oferecer atividades estruturadas com horário fixo. No entanto, quando se fala de bebês, o ritmo de cada um precisa ser respeitado, inclusive em relação às sonecas. “É melhor que ele continue dormindo nos horários de costume”, afirma a psicóloga Cisele Ortiz, coordenadora adjunta do Avisa Lá. E, se o local do cochilo não conta com isolamento acústico, questione sobre as medidas tomadas para que as atividades do grupo não atrapalhem o descanso dos demais.

O mesmo zelo deve estar presente em relação à alimentação. Peça para ver o cardápio e observe se as refeições são parecidas com o que o bebê come em casa, com verduras, frutas e carnes – desconfie de excessos de fritura, doces e alimentos industrializados, como hambúrgueres, nuggets e embutidos. Visite a cozinha (dando uma olhada na higiene) e certifique-se da qualidade dos ingredientes. Aproveite e confira se o que está sendo servido corresponde ao previsto no cardápio.

Finalmente, saiba como a escola age diante de um problema de saúde ou de um acidente. A melhor postura é informar os pais de imediato caso a criança fique com febre, queixe-se de dor, sofra uma queda ou bata a cabeça, por exemplo. E atenção: nenhuma medicação pode ser dada sem a autorização da família. Alguns berçários contam com pediatra, enfermeira e nutricionista, e esse benefício pode servir como critério de desempate.

Custo e localização
A distância da escola e o valor da mensalidade também importam. Para a criança, é mais cômodo um berçário próximo de casa. “Passar muito tempo no trânsito seria um sacrifício para o bebê”, diz Beatriz. Mas verifique se o horário da escola é compatível com seu período de trabalho e se há profissionais para ficar com o pequeno caso o responsável se atrase na hora de pegá-lo. Antes de assinar o contrato, veja se o berçário escolhido cabe mesmo no orçamento. “Além da mensalidade, calcule alimentação, matrícula, atividades extras, uniforme etc. Pergunte também com que frequência a mensalidade é reajustada e quais foram os índices de aumento nos últimos anos”, ensina Antonio De Julio, instrutor de finanças da Moneyfit, em São Paulo. A parcela a ser comprometida com educação depende dos valores da família. E lembre-se de incluir no cálculo outros gastos com o filho, como plano de saúde, vestuário e extras.

Acerte na escolha
• Na primeira visita à escola, apareça de surpresa, sem marcar. E desconfie se for impedida de entrar.

• Vá pelo menos duas vezes ao berçário, em períodos diferentes, para verificar o ambiente e a conduta dos profissionais com as crianças.

• Faça questão de agendar um horário com o coordenador pedagógico da escola. Ele é o profissional mais habilitado para explicar os valores que a escola privilegia, sua forma de trabalho e de relacionamento com a família.

• Se possível, converse com mães de crianças que frequentam os berçários que você está visitando. Pergunte por que escolheram o local, se suas expectativas foram atendidas e analise se elas coincidem com as suas exigências.

7 regras de segurança
Ande pela escola e observe se...

• as pias e os vasos dos banheiros são de tamanho apropriado para o bebê;

• as escadas, áreas envidraçadas, janelas e sacadas têm proteção de redes ou grades;

• os produtos de limpeza, remédios e objetos cortantes são mantidos longe do alcance dos bebês;

• as instalações elétricas são protegidas;

• as superfícies metálicas estão livres de ferrugem e com protetores nas quinas;

• os brinquedos são adaptados, com escorregadores baixos e balanços com apoio para as costas;

• há turnos organizados por idade para as brincadeiras no parquinho. Essa é uma necessidade nessa fase para evitar que os pequenos acabem machucados pelos mais velhos, mesmo que eles convivam em outras atividades.