Minha escolha, minha profissão

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sábado, 14 de março de 2015

ESTUDO REVELA ......


Nicholas Bakalar
Do The New York Times 10/03/2015



 Tratamento reduz risco de diabetes em quem teve a doença na gravidez 
 
Aproximadamente 9% das gestantes desenvolvem diabetes gestacional, doença que, geralmente, desaparece após o parto. Todavia, com o avanço da idade, cerca de metade dessas mulheres desenvolve diabetes tipo dois. Um novo estudo sugere que há duas maneiras de reduzir de forma significativa esse risco.
Os pesquisadores estudaram 350 mulheres com histórico de diabetes gestacional e as compararam a 1.416 mulheres que tinham dado à luz, mas não tiveram a doença. As participantes foram escolhidas de forma aleatória para receber um desses tratamentos: exercícios intensos e um plano de dieta, metformina –um medicamento contra o diabetes– ou placebo.
De um modo geral, o risco de desenvolver diabetes tipo dois aumentou 48% para as mulheres com histórico de diabetes gestacional ao longo dos dez anos de estudo, em comparação com as que permaneceram saudáveis durante a gestação.
A metformina reduziu o risco de contrair diabetes após a gestação em até 40%, enquanto que o plano de mudança de estilo de vida diminuiu o risco em até 35%. O medicamento não apresentou eficácia entre as participantes que não tiveram diabetes gestacional, mas o plano de mudança de estilo de vida reduziu de forma significativa o risco de contraírem diabetes tipo dois. O estudo foi publicado on-line no periódico "The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism".
"As mulheres que tiveram diabetes gestacional continuam correndo um risco grande de desenvolver a doença muitos anos após a gestação, e esse risco pode ser reduzido por meio do uso de metformina e de uma mudança de estilo de vida. Essas medidas representam um benefício significativo para a saúde pública", afirmou Vanita R. Aroda, principal autora do estudo e médica pesquisadora do Instituto de Pesquisas de Saúde MedStar.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Para refletir (texto postado no site drº Draúzio Varella)



A maternidade não é obrigação

Mariana Fusco Varella
A gente nasce, cresce, reproduz-se e morre, ensinam os livros de ciências.  Esse é o ciclo da vida para aqueles que, diferentemente dos seres humanos, são dotados de uma habilidade que outros animais não têm: a de planejar.
Podemos fazer escolhas profissionais, amorosas e tantas outras. É por meio da nossa capacidade de planejar e escolher que conseguimos organizar a vida, estabelecer metas e objetivos e traçar caminhos para alcançá-los.
Os homens utilizam essa habilidade humana há séculos, mas às mulheres, apenas recentemente foi dado o privilégio de planejar e fazer escolhas de acordo com sua vontade.
Até bem pouco tempo atrás, a mulher quase sempre tinha apenas um caminho a seguir, traçado antes mesmo de ela nascer: casar-se, ter filhos e cuidar da família. Poucas fugiam desse destino.
Será que todas as mulheres sempre quiseram mesmo ser mãe? O instinto materno é de fato algo intrínseco a nós a ponto de não podermos abrir mão dos filhos?
O tempo passou, a sociedade mudou e a mulher hoje pode, em princípio, comandar a própria vida. Mesmo que ainda sejam poucas as que assumem o papel ativo diante da vida e bancam suas escolhas, não há mais um único caminho destinado à mulher.
A maternidade, como bem sabe toda mãe, apesar de compensadora não é fácil. Exige, entre muitas outras coisas, dedicação e abdicação da própria independência, e nem toda mulher está preparada ou deseja encarar a tarefa.
Além disso, o mundo moderno oferece tantas oportunidades além da maternidade, que a vontade de ter filhos pode ser postergada ou mesmo abandonada. Criar um filho é dispendioso; nas culturas latinas, o homem não costuma ajudar muito na tarefa, o que acaba sobrecarregando a mulher. Portanto, não é difícil supor que muitas mulheres possam simplesmente não desejar ser mãe.
Porque filho pode ser maravilhoso, mas verdade seja dita, quem os tem nunca mais será completamente livre. E abrir mão da independência deve ser uma escolha, não uma imposição.
Há mulheres que se realizam sendo mães, outras encaram a maternidade como parte da vida, uma de suas facetas. E há, ainda, um terceiro grupo que simplesmente não deseja viver a maternidade.
E não há nenhum problema nisso, desde que a mulher se sinta bem com sua escolha. A vida pode ser muito boa sem a presença de fraldas, mamadeiras e mordedores. Basta abrir-se para essa possibilidade.
Encarar que você não terá filhos pode ser bem difícil. A cobrança é grande, e não serão poucos os que a olharão com piedade, quase como se você padecesse de uma doença grave e incurável.
Muitos a considerarão egoísta, pois é difícil aceitar que a mulher possa não pretender dedicar-se incondicionalmente a outra pessoa e optar pela independência.
Não é verdade que a mulher só encontrará a felicidade e a plenitude na maternidade, essa premissa só serve para gerar culpa nas mulheres que não se sentem assim ao se tornarem mães. A felicidade não está nos outros, sejam eles filhos ou parceiros amorosos.
O mais importante é que a mulher tenha condições de escolher quando e se quer filhos. E ela só poderá fazer essa opção se pensar em si, na vida que deseja levar. Portanto, é preciso acabar com a ideia de que a mulher é apenas um veículo que serve para trazer vida ao planeta e cuidar dos outros de modo incondicional.
Caso contrário, o resultado será frustração. Porque ter ou não ter filhos traz consequências boas e difíceis, e é a mulher que terá de encará-las. Portanto, essa decisão só cabe a ela.