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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mensagem especial aos amigos seguidores do blog!




 
 
 
 
 
A MELHOR MENSAGEM DE NATAL É AQUELA QUE SAI EM SILÊNCIO DE NOSSOS CORAÇÕES E AQUECE COM TERNURA OS CORAÇÕES DAQUELES QUE NOS ACOMPANHAM EM NOSSA CAMINHADA PELA VIDA.
 
 
 
 
 
FLÁVIA HELENA

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Uma matéria muito esclarecedora




Por Dr. Roberto Cooper – Pediatra*
Do Bolsa de Bebê


O refluxo gastroesofágico nem sempre é uma doença. O refluxo é o retorno do conteúdo que está no estômago (alimentos sendo digeridos), para o esfôfago. Isto ocorre normalmente em lactentes, crianças e adultos. É um fenômeno fisiológico, normal. Portanto, não é uma doença.
No entanto, quando esse refluxo produz lesões no aparelho digestivo ou mesmo fora deste, como no aparelho respiratório, é que podemos falar em doença do refluxo gastroesofágico. Todo mundo tem refluxo mas nem todo refluxo é doença. O simples fato de regurgitar ou vomitar não caracteriza a doença do refluxo gastroesofágico.



Hoje em dia há uma epidemia de diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico. O termo foi popularizado e difundido de tal forma que, basta a criança manifestar alguma irritablidade após a mamada, regurgitando, para os pais chegarem no consultório com o diagnóstico feito: Dr. nosso bebê tem refluxo!


O diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico é complexo porque não existe um único exame que comprove a existência dessa doença. Os exames de imagem (raios X ou ultrassonografia) são úteis para demonstrar que não existem malformações ou estenoses (estreitamentos) no aparelho digestivo. A presença de refluxo, nesses exames, não é suficiente para se afirmar que há uma doença do refluxo. Pode ser o refluxo fisiológico. Outros exames são invasivos como a endoscopia, a medida da pressão do esôfago e do seu pH (acidez) e devem ser pedidos somente nos casos onde a suspeita clínica seja forte.


Como diferenciar refluxo de doença do refluxo? Nem sempre é fácil, mas alguns sinais podem ser observados:


- ganho de peso. O bebê que ganha peso dentro do esperado, dificilmente terá doença do refluxo. Por outro lado, uma criança que não ganha peso como esperado ou até perde peso, junto com outros sinais, pode ter a doença do refluxo.


- irritabilidade. Este é um sinal importante, mas que pode ter muitas causas. Merece ser valorizado e discutido com seu pediatra. Se a irritabilidade for intensa, interrompendo as mamadas e, além disso, o bebê não ganhar peso, a hipótese de doença do refluxo deve ser considerada.


- presença de sangue no vômito ou na regurgitação é um sinal que deve ser comunicado imediatamente ao pediatra.


- anemia. Se, além da irritabilidade e não ganho esperado de peso a criança apresentar anemia, deve-se pensar em doença do refluxo.


- tosse noturna e/ou quadros respiratórios podem ser um indicador de doença do refluxo com manifestações fora do aparelho digestivo.



Somente o seu pediatra poderá, a partir do seu relato e observações, associado ao exame clínico, decidir se há uma suspeita de doença do refluxo gastro esofágico, pedindo ou não exames complementares e orientando os pais quanto às condutas a serem tomadas. Muitas vezes o pediatra vai optar por tentar medidas que não incluam remédios em um primeiro momento ou poderá fazer uma prova terapêutica com medicamentos.


Se você suspeita que seu bebê possa ter doença do refluxo, converse com seu pediatra, lembrando que refluxo (sem doença) é normal.
A informação que eu gostaria de passar para os pais é de que nem todo bebê que golfa e resmunga um pouco tem doença do refluxo gastroesofágico. Um dos indicadores importantes é o ganho de peso. Se o seu bebê ganha peso como esperado, diminuem as chances dele ter a doença do refluxo. Lembre-se de colocar seu bebê para arrotar na posição vertical, por uns 20 minutos após cada mamada. Independentemente de ele ter ou não a doença do refluxo, é um bom hábito.


*Dr. Roberto Cooper é médico formado pela UFRJ em 1976


Residente de Pediatria do Hospital da Lagoa- 1976/1977


Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria


Médico do Instituto Fernandes Figueira- FIOCRUZ


Consultor da OMS até 1985


Contatos: consultoriorcooper@globo.com


http://www.robertocooper.com

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Fazer xixi na cama é normal até os cinco anos; ajude seu filho a superar essa fase



FONTE - Do UOL, em São Paulo 
POR - Gabriela Horta*

Se o seu filho tem até cinco anos e ainda faz xixi na cama à noite, saiba que se trata de um acontecimento considerado normal pelos médicos e contornável de forma simples na maioria dos casos. "Antes dessa idade, o controle miccional da criança ainda não é completo. Ele ainda está amadurecendo. Por isso, é comum que isso aconteça", afirma a nefrologista pediátrica Maria Cristina Andrade, uma das autoras do livro "Nefrologia para Pediatras" (Editora Atheneu).

Os dados comprovam: de 15% a 20% das crianças nessa faixa etária molham a cama, segundo a ICCS (International Children’s Continence Society), entidade americana voltada ao estudo do tema. No entanto, a taxa anual de cura espontânea para a enurese –termo científico usado para dar nome à perda involuntária de urina à noite– é de aproximadamente 14%. O controle dos esfíncteres (músculos anulares que servem para abrir e apertar ductos, canais ou aberturas do corpo), entre os quais os da bexiga, faz parte do aprendizado da criança, sendo um marco em seu desenvolvimento.

Se a condição persistir depois dos cinco anos, atenção: o ideal é procurar um especialista para investigar os motivos e descobrir se eles estão ligados a alguma questão fisiológica ou não. "Geralmente, a mãe não relata o problema no consultório porque tem vergonha. Acha que só o filho dela passa por aquilo", diz o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, autor do Blog do Pediatra. De acordo com Barros, os pais tendem a levar o filho ao médico só quando a enurese vira um problema social, ou seja, quando a própria criança se incomoda de não poder dormir na casa de um amigo e passar vergonha.

Causas e tratamentos
 
Mas o que leva a criança a urinar na cama sem perceber quando já foi descartada a existência de doenças relacionadas? "O fator genético é um dos pontos importantes", declara Maria Cristina. "Se um dos pais teve o problema, o risco de a criança também apresentá-lo é de cerca de 45%. Se pai e mãe tiveram, o risco aumenta para 75%".


Além da hereditariedade, o urologista pediátrico Lionel Leitzke, coordenador do Centro Interprofissional de Enurese e Distúrbios das Eliminações do Hospital Presidente Vargas, em Porto Alegre (RS), afirma que o problema tem três causas principais: dificuldade de acordar quando a bexiga está totalmente cheia, alta produção de urina à noite  –que acontece pela deficiência na produção de hormônio antidiurético durante o período do sono– e bexiga com capacidade reduzida de armazenamento. "Nesse último caso, é possível que a criança também tenha incontinência durante o dia", diz o especialista.

Para as duas últimas situações há medicamentos específicos para tratamento. Já para a dificuldade em despertar, a chamada terapia do alarme é um dos recursos frequentemente indicados e é oferecida gratuitamente em cidades brasileiras como Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Salvador (BA), lugares que contam com centros de atenção à disfunção.

De acordo com Leitzke, na terapia do alarme, um sensor –capaz de detectar a presença de líquido– é colocado próximo ao pênis do menino ou da uretra da menina na hora de dormir. Quando a criança urina, um alarme soa para acordá-la. "Ela deve, então, ir ao banheiro para terminar de fazer xixi", explica o urologista.

O primeiro passo para um tratamento eficaz é procurar ajuda rapidamente e nunca punir a criança, afirma a nefrologista Maria Cristina. "A criança se sente culpada pela situação. Ela pensa ‘todo mundo consegue controlar o xixi, menos eu’”, fala Leitzke.

Estratégias para lidar com o xixi na cama:

- Não critique nem faça brincadeiras por seu filho urinar na cama. Também não o puna por isso;
- Beber muita água durante a manhã e à tarde é tão importante quanto não beber água perto da hora de dormir. Dê bastante líquido para o seu filho durante o dia.  De noite, ele estará bem hidratado, satisfeito e não precisará ingerir tanta água;

- Treine a criança para fazer xixi de duas em duas horas. Avise a escola que será preciso permitir que ela saia da classe periodicamente para ir ao banheiro;

 
- Aproximadamente três horas antes de dormir, evite alimentos e bebidas que estimulam a contração da bexiga, como café, refrigerante de cola, chocolate e leite;

- Mais importante do que acordar a criança várias vezes durante a noite para urinar, como sugerem alguns tratamentos, é deixar que ela tenha consciência do que acontece quando ela urina na cama. Ela vai acordar toda molhada, terá de ir ao banheiro para terminar de fazer xixi, trocar de roupa, ajudar a trocar a roupa de cama e, então, voltar a dormir.

- Evite levar seu filho para dormir com você depois que ele fizer xixi na cama, pois isso pode funcionar como uma recompensa e acabar por condicioná-lo da forma errada. Ele entenderá que toda vez que fizer xixi na cama poderá ir para a sua.

 
A motivação de toda a família é essencial para o sucesso de qualquer tratamento de enurese. "O envolvimento dos pais é tão importante quanto o empenho da criança. Respeite seu filho, converse abertamente com ele sobre o problema, comemore as conquistas na evolução, quando ele consegue ficar seco durante toda a noite, e tenha paciência, pois todo aprendizado leva tempo", afirma Sylvio Renan Monteiro de Barros.

*Colaborou Fernanda Alteff

domingo, 4 de novembro de 2012

Os cinco sentidos do bebê logo que nasce, entenda como eles funcionam

Fonte - Site Guia do Bebê Uol
Por - Paula R. F. Dabus

Embora alguns dos sentidos ainda não estejam completamente desenvolvidos, já é possível desde o nascimento estimulá-los e utilizá-los para acalmar e passar segurança ao bebê.





Logo no seu nascimento, o bebê dispõe dos cinco sentidos básicos, que são desenvolvidos já no sétimo mês de útero e, que desde cedo, começam a ser apurados. E ao nascer, ele recebe e responde constantemente aos estímulos do ambiente. Porém, alguns destes cinco sentidos precisam de tempo para serem desenvolvidos.

Visão - Por estar acostumado ao ambiente intra-uterino escuro o bebê apresenta um reflexo de fechar os olhos com força contra a luz forte. Quando vocês estiverem em um ambiente mais escuro do que a sala de parto, perceba que ele analisará tudo com os olhos arregalados. Embora com sistema visual imaturo, um recém-nascido enxerga bem a uma distância de 12 cm a 30 cm. É normal que, em seu nascimento, o bebê tenha os olhos inchados e vermelhos por causa das contrações do parto. Após alguns dias, seu rosto fica normal e começa a focar coisas, mesmo enxergando apenas o que está próximo do seu nariz, a aproximadamente vinte centímetros.

Audição - O bebê, durante o último trimestre de gestação, já ouve a voz abafada da mãe tão bem quanto os sons dos batimentos cardíacos, respiração e digestão. É possível observar que ele escuta, seletivamente, as vozes mais altas e na medida em que começa a ganhar mais controle dos movimentos da cabeça, fica evidente que ele, não apenas consegue ouvir, como também pode determinar exatamente o local de onde o som está vindo. Pressionando a cabeça do bebê contra o peito da mãe, ele encontrará sons familiares confortantes e, muitas vezes, adormecerá na posição em que está. Sons altos e agudos, geralmente, incomodam os bebês, já sons baixos e rítmicos acalmam. Por outro lado, caixinhas de música, brinquedos que emitem sons agradáveis e música baixa estimulam a audição além de gostar de ouvir a mãe cantando e falando com ele.

Olfato e Paladar - O Olfato e paladar são sentidos que acompanham os bebês desde o parto. Ao nascerem, eles já demonstram que distinguem os odores afastando-se de perfumes desagradáveis. Além disso, o filho aprende rapidamente a reconhecer os perfumes familiares, em especial o da mãe. Isso demonstra claramente a relação que se estabelece entre mãe e filho, principalmente pelo fato da amamentação. Já pela gustação, mesmo os bebês não possuindo botões gustativos totalmente maduros, eles podes diferenciar o doce do azedo e preferir o primeiro.

Toque - O toque é o um dos meios mais importantes de comunicação com o bebê, sendo toques suaves e movimentos rítmicos, justamente por que, ainda no útero, se acostumou a ser embalado pelos movimentos da mãe e, depois do nascimento, esse mesmo balanço o conforta. Um recém-nascido inquieto se acalma, normalmente, quando colocado junto ao corpo e balançado lentamente. E vale lembrar que, mesmo atividades rotineiras como alimentá-lo, dar banho, trocar a roupa e fralda, segurá-lo e andar com ele nos braços estimulam o sentido de toque e o movimento do bebê.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O bebê não é de vidro: saiba como cuidar do recém-nascido sem exagerar



FONTE - Site UOL MULHER/GRAVIDEZ
POR - Ivonete Lucírio
*Com colaboração de Adriana Nogueira
                    

Dentro da barriga da mãe, o bebê estava protegido da maior parte das ameaças do mundo exterior. Agora que está do lado de fora, ele dá a impressão de que qualquer coisa pode quebrá-lo. Mas a criança não é tão frágil quanto parece.
É verdade que alguns cuidados são necessários, mas você não precisa enlouquecer imaginando que tudo pode fazer mal a seu filho. A infectologista pediátrica Daisy Maria Machado, da USP; a pediatra Alessandra Kimie Matsuno, da FMRP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto), da USP, e o pediatra Renato Procianoy, presidente do Departamento Científico de Neonatologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), apontam o que é exagero e com o que você deve se preocupar no início da vida da criança.

É melhor pedir para que as visitas não venham no primeiro mês do bebê?

Não é proibido receber visitas nos primeiros 30 dias de vida da criança. A chegada de um bebê traz alegria para toda a família e é natural que os parentes queiram conhecê-lo. O que se recomenda é evitar muitas pessoas de uma única vez e que as visitas sejam demoradas. O tempo ideal de permanência é de, no máximo, 45 minutos. Assim torna-se possível respeitar o período de descanso da mãe –que ainda está se adaptando ao novo ritmo de sono– e do bebê. Além disso, é preciso combinar o melhor horário de modo a não atrapalhar as mamadas.
As visitas podem pegar o bebê no colo?
Essa não é a situação ideal, já que o recém-nascido precisa de sossego e de interação com o pai e a mãe, não com desconhecidos. Mas, como muitas vezes é impossível evitar, peça aos visitantes que lavem bem as mãos com água e sabão antes. E não permita que peguem a criança se estiverem com qualquer doença infecciosa, ainda que seja aparentemente um simples resfriado. E não é preciso usar álcool em gel para desinfetar as mãos. Basta lavar bem com água e sabão.

É preciso esterilizar mamadeiras e chupetas?

Pelo menos nos primeiros seis meses de vida, o ideal é que a criança receba apenas leite materno. Caso precise usar a mamadeira, ela deve ser esterilizadas antes de cada uso. Para isso, leve os utensílios ao fogo em uma panela com água até que levante fervura (consulte o modo de higienização na embalagem da mamadeira). Se preferir, é possível usar esterilizadores, que permitem controlar o tempo de exposição ao calor e evitar de danificar o produto. No caso da chupeta, basta esterilizar uma vez por dia (isso se ela não cair no chão, por exemplo).

O bebê não deve sair de casa no primeiro mês?

Pode sair de casa, só não deve frequentar lugares com aglomeração de pessoas, como festas infantis, supermercados e shoppings. Desde que o tempo esteja bom, os passeios ao ar livre estão liberados também. O sistema imunológico da criança é frágil e por isso é bom evitar expô-la a vírus e a bactérias que circulam no ar.

Atenção, ter tomado as primeiras doses das vacinas não garante que a criança esteja completamente imunizada. O bebê só completa o chamado primeiro esquema de vacinação por volta de seis meses, por isso o que vale é o bom senso ao escolher os primeiros passeios.É preciso visitar o pediatra periodicamente nos primeiros meses?

Sim, isso é imprescindível para que o crescimento e o desenvolvimento do bebê sejam acompanhados de forma bem orientada. Segundo a SBP, o bebê deve fazer a primeira consulta com o pediatra ainda na primeira semana de vida. Estando tudo bem, a criança retorna quando estiver prestes a completar o primeiro mês. No primeiro semestre de vida do bebê, as visitas devem ser mensais. A partir do segundo semestre, podem acontecer de dois em dois meses.

A casa deve ficar na penumbra e em silêncio?

Não, a casa deve manter seu ritmo e rotina. Assim o bebê vai, aos poucos, reconhecer o ambiente e diferenciar o dia da noite. É claro que é melhor evitar muito barulho, para não assustar a criança nem deixá-la agitada demais.

É proibido usar lencinhos umedecidos nos primeiros meses de vida?

Os lenços umedecidos devem ser evitados no dia a dia. O melhor é limpar a região genital da criança com algodão embebido em água morna no momento da troca da fralda, pois algumas crianças apresentam reações alérgicas às substâncias químicas contidas nesse tipo de produto. No entanto, o lencinho umedecido pode ser utilizado em casos especiais, como em um passeio ou em lugares em que a mãe não tenha possibilidade de realizar a limpeza da maneira recomendada.

Se o casal tiver um animal, é melhor deixá-lo na casa de alguém até o bebê crescer?

Não há necessidade de retirar o animal da casa, mas é conveniente não deixar que ele tenha acesso ao quarto da criança. É também aconselhável evitar o contato direto do bebê com o bicho, pelo menos nos seis primeiros meses de vida. Mas como não há um consenso da comunidade científica sobre o assunto –porque há crianças com problemas de alergia e diferentes tipos de bichos– é bom que os pais tomem orientações com o pediatra do filho e observe se ele apresenta algum sintoma.

O recém-nascido não deve ter contato com outras crianças?

O recém-nascido pode e deve ter contato com as crianças da família. Mas, se possível, é melhor evitar receber muitas visitas de crianças pequenas, que sempre querem tocar o bebê e pegá-lo no colo.
Devido à imaturidade do sistema imunológico, e pelo fato de ainda não ter recebido todas as vacinas contra as doenças da infância, o ideal é que crianças não frequentem escolas ou creches nos primeiros meses de vida. Mais uma vez, não há consenso entre os especialistas, mas, em linhas gerais, os pediatras costumam sugerir esperar até o segundo ano da criança, quando seu sistema imunológico estará fortalecido.
Mas os pais que precisam deixar seus filhos nesses locais mais precocemente não precisam se culpar. Nem sempre o ideal é o possível, e isso deve ser levado em consideração. Nesses casos, uma conversa com o pediatra do bebê pode ajudar. O especialista pode informar sobre quais são as doenças mais comuns em crianças que frequentam berçários e escolas e suas formas de prevenção. O médico do bebê ainda pode dar dicas para os pais escolherem melhor a instituição que irá cuidar de seus filhos, auxiliando-os a observar aspectos de higiene do lugar, se exige caderneta de vacinação em dia e como a instituição controla o acesso de crianças doentes.

O bebê pode dormir sozinho no quarto?

Sim, pode e deve. Muitos pais têm dúvidas sobre a melhor posição para o bebê dormir. A recomendação do Ministério da Saúde e da SBP, entre outras instituições, diz que o bebê deve dormir de barriga para cima, pois pesquisas mostram que essa posição reduz em até 70% o risco de morte súbita, uma das principais causas de óbitos de crianças com até um ano.

A moleira do bebê não deve ser tocada?

Não existe apenas uma moleira ou fontanela (seu nome científico) na cabeça do bebê. Mas a que está localizada no alto da cabeça, chamada de fontanela anterior, é a mais conhecida e temida pelos pais. Realmente, trata-se de uma região um pouco mais sensível, uma vez que nela os ossos do crânio não se encontram totalmente unidos. Mas isso não significa que não possa ser tocada. A mãe pode passar a mão tranquilamente na hora do banho, fazer carícias, pentear. E não se impressione ao ver a região pulsar, o que é resultado da pressão arterial no cérebro. Isso é normal, especialmente quando a criança chora. Até por volta do 15º mês de vida, ela deve estar fechada

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Informação importante para mamães que já fizeram mais de duas cesáreas


Juliana Zambelo
Do UOL, em São Paulo
08/10/201207h17
 
Segundo médicos ouvidos por UOL Gravidez e Filhos, as mulheres podem passar por duas cesáreas ao longo da vida sem que isso implique em riscos a mais para sua saúde ou a de seu bebê. Depois disso, se ela voltar a engravidar, será maior a possibilidade de que ocorram problemas na hora de realizar mais uma cesariana.

De acordo com Maria Rita de Souza Mesquita, diretora da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo), isso acontece porque, após cada operação, o tecido do útero fica mais fino e frágil, o que também contraindica –e nesse caso totalmente– um parto normal. A solução passa a ser uma nova cesárea, que precisa ser monitorada bem de perto pelo obstetra.

Renata Gebara Di Sessa, ginecologista e obstetra do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, explica que uma das consequências possíveis, a partir da terceira cirurgia, é de inserção baixa de placenta ou placenta prévia –quando há fixação da placenta na parte baixa do útero, perto do colo–, o que aumenta as chances de sangramento durante a gravidez. Trata-se de uma ocorrência contornável, se detectada cedo, mas, sem os cuidados adequados, pode causar a morte do bebê.

Entre outros problemas que podem acontecer a partir da terceira cesárea estão uma chance maior de infecções, sangramentos uterinos anormais e desenvolvimento de aderências pélvicas, que podem causar dor crônica na região, dificuldade a evacuação e dor durante a relação sexual. Maria Rita acrescenta que a recuperação do pós-parto também tende a ser mais lenta.
"Há ainda maior risco de acretismo placentário, quando a placenta fica tão grudada no útero que pode provocar dificuldade de contração uterina no pós-parto (reação necessária para que o órgão recupere seu tamanho de antes da gestação), aumentando o perigo de sangramento e de morte da mãe", diz Renata.
Os especialistas afirmam, no entanto, que cada gestação tem suas características próprias e é possível passar por mais de duas cesáreas sem problemas, apesar de não ser o indicado. Luís Henrique Silva, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade Assunção, da Rede D’Or – São Luís, em São Bernardo do Campo (SP), diz ter realizado, sem complicações, uma cesárea em uma paciente com cinco cirurgias anteriores.

Parto normal deixa de ser opção

Uma mãe que teve seu primeiro filho por cesárea, há mais de dois anos, tem a possibilidade de dar à luz seu segundo bebê por parto normal. Contudo, após duas cesarianas, o parto vaginal não é mais aconselhado.

Apesar dos riscos, a cesariana ainda é a melhor opção nesses casos e o nascimento da criança deve ser agendado para evitar que a mãe chegue a entrar em trabalho de parto.

"Depois de duas cesáreas, é obrigatório que os partos seguintes também sejam assim”, afirma Maria Rita. Luís Henrique explica que, após duas cirurgias, com a parede do útero fragilizada, corre-se um risco muito grande de que as contrações de um parto normal provoquem hemorragias ou mesmo o rompimento do útero na cicatriz.

De acordo com Renata, do hospital Santa Catarina, quanto maior o número de cirurgias no útero, sejam elas cesárea ou outros tipos de operações –como retirada de miomas (tumores sólidos benignos)–, maiores são os riscos. "Assim, devemos sempre ficar atentos e analisar caso a caso", afirma a obstetra.

Aprendendo a falar desde cedo



Fonte - Site Guia do Bebê (uol)
Bruno Rodrigues

A bola é lalanja". "Cadê meu binquêdo?". Qual pai ou mãe não se derrete de alegria ao ouvir a criança pronunciando algumas palavras com pequenos erros. Alguns chegam até a estimular o filho a falar dessa forma, pois soa bonitinho. Lógico que a pronúncia incompleta de algumas palavras é perfeitamente normal para uma criança entre 1,5 a 4 anos de idade, já que ainda não possui o processo de fala em estágio completo. Entretanto, é recomendado que os pais ensinem o filho a falar corretamente desde o início de vida.
A ausência de estímulos à musculatura oral pode acarretar em problemas de fala no futuro. O distúrbio na fala, caso não seja tratado corretamente, pode inclusive afetar mais tarde na alfabetização da criança.

A fonoaudióloga Jamile Elias Canetto explica que algumas atividades simples e aparentemente sem grande importância são essenciais no desenvolvimento oral do bebê. Expressões faciais como mandar beijinho para as crianças ou mostrar a língua funcionam como bons exercícios.

"A criança deve ser estimulada logo após o nascimento. Faça a seguinte atividade: converse de frente para ela e faça gestos e caretas com a boca. É engraçado que o bebê, inconscientemente, tentará reproduzir o gesto. Ao tentar copiar os movimentos labiais, a criança estará indiretamente praticando um excelente exercício de musculatura oral", informa Jamile Canetto.

Segundo a fonoaudióloga, o processo de aquisição da fala por parte da criança está totalmente ligado à educação exercida pelos pais. Para ela, pai e mãe devem orientar a criança a pronunciar a palavra corretamente, de forma suave, evitando palavras no diminutivo. "Não é interessante que os pais se comuniquem com o filho utilizando diminutivos. Além da criança ter muito mais facilidade em pronunciar 'boneco' do que 'bonequinho', ela terá mais facilidade de nomear e gravar as palavras por serem mais fáceis de falar", explica.

Falando com carinho – A correção da pronuncia não significa reprimir cada erro cometido pelo filho. Ao contrário, os pais devem ser carinhosos e explicativos, ensina a fonoaudióloga. "Se o filho diz que quer beber 'acá' (água), a mãe deve responder: - Você quer água? Vou pegar água pra você". "Com isso, a criança aprende a palavra certa, além de unir figura e palavra".

Mamadeira e chupeta - Personagens famosos do mundo infantil, a mamadeira e a chupeta não são indicadas na aquisição da fala, pois a língua não é estimulada a buscar o alimento, como acontece quando o nenê é amamentado. "Não há o que negar os benefícios gerados pela chupeta e mamadeira em outras situações. Porém, no que se refere ao desenvolvimento da fala, o trabalho de sucção é prejudicado pela presença do bico desses acessórios", define Jamile Canetto.

Audição – Problemas auditivos também influem no desenvolvimento da fala. A criança com algum tipo de inflamação no ouvido, como a otite, por exemplo, costumam apresentar desatenção por não ouvir direito, o que dificulta no processo de aprendizagem das palavras.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dica de uma colaboradora e super profissional, confiram!!!!

Fonte - Odontopeditra drª Greice Paes de Almeida


Uma geração livre de cáries

O melhor remédio contra a cárie é a prevenção. A prevenção começa na gestação. Depois do nascimento da criança, ela deve ser acompanhada por um odontopediatra, mesmo que os dentes não tenham nascido.

Os pais têm responsabilidade perante a saúde bucal de seus filhos e o Odontopediatra (dentista de criança) terá de usar todo o seu conhecimento para promover e manter a saúde. Uma experiência agradável no contato com o dentista na infância evitará o medo do tratamento odontológico, tão comum nos adultos de hoje. O Odontopediatra tem um importante papel de educador: é ele que introduz a criança na odontologia, monitorando seu crescimento e desenvolvimento, tanto no aspecto psicológico como no bucal. Não existe gratificação maior para os pais e profissionais do que ver seus filhos e pacientes adultos sem cárie.

Todo alimento causa cárie, inclusive o leite materno. O hábito de mamar e ir dormir sem escovar os dentes e, mais grave ainda, acordar de madrugada e fazer outras mamadas quando os dentes já nasceram provocam cárie. Quando o bebê dorme diminui a produção de saliva (que tem a função de lavar os dentes), o alimento em contato com a placa bacteriana libera ácido e se inicia a "cárie de mamadeira".

Quando a alimentação é exclusivamente o leite materno, não precisa fazer a limpeza a cada mamada, pode ser apenas uma vez por dia, após a última mamada. Quando se oferece outro leite e alimento, limpe a boca mesmo que não tenha dente, após cada refeição, pois a criança se acostuma e evita a proliferação de bactérias. Com o dedo envolvido em uma gaze embebida em água filtrada, limpe toda a boca da criança: gengiva, céu da boca (palato), língua e lado interno da bochecha.  Quando nascer o dente, inicie a escovação sem pasta de dente ou com pasta sem flúor.

O Odontopediatra deve aplicar medidas preventivas (controle de placa, dieta alimentar); Ensinar a criança sobre a importância dos cuidados com sua própria boca; Aplicar de 6 em 6 meses  flúor verniz (que protege os  dentes e não tem risco de  intoxicar);  Aplicar selantes (resina  da cor dos dentes) usados  na parte mais "rugosa" dos  dentes posteriores para  evitar o depósito de alimentos nestas áreas;  Controlar hábitos como mamadeiras, chupetas,  sucção de dedo, respiração  bucal etc.;  Identificar precocemente  as cáries (manchas brancas  no esmalte entre outras  medidas preventivas).

A visita ao Odontopediatra deve ser aproximadamente com um mês de idade, quando os pais são orientados sobre alimentação noturna , nascimento dos dentes e hábitos. O Odontopediatra faz o exame da boca do bebê e ensina como fazer a limpeza bucal. Proporcione a seus filhos a oportunidade de terem uma saúde bucal utilizando todos os conhecimentos e recursos de prevenção atuais.

Contatos - Consultório (Av. 9 de julho,95 sala 31 Vila Adyanna)
                  Tel. 3942-4592 / 3027-7975
                   Site - www.doutoragreice.com.br 

 
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FLÁVIA HELENA VALENTINI
 
 

 

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Prisão de ventre....quem já não sofreu com isso?

Fonte - Do UOL (Notícias), em São Paulo
Por -Ana Sachs
Publicada em 27/09/2012


Bom funcionamento intestinal pode evitar o aparecimento de doenças no futuro

Ter um bom funcionamento intestinal é fundamental para garantir a saúde do organismo. Quem não vai no banheiro com a frequência ideal e não evacua em quantidade suficiente pode ter problemas no futuro. "O mau funcionamento a longo prazo pode acarretar o aparecimento de constipação de difícil controle, uso inadequado de laxantes, podendo causar colite (inflamação do cólon), aparecimento de distúrbios anatômicos pélvicos por excesso de força, como retocele (pressão do reto junto ao assoalho da vagina), deslocamento retal e doenças anais, como hemorroidas, fissuras e até fístulas", aponta Sidney Klajner, gastroenterologista do hospital Albert Einstein

Em casos mais graves, a constipação pode contribuir para o aparecimento de diverticulite (inflamação nos apêndices do cólon) e até obstruir o intestino, necessitando de uma cirurgia de emergência para liberar a passagem.

Além dos problemas de saúde, a prisão de ventre pode causar outros males, como desconforto intestinal, gases em excesso e cólicas pelo acúmulo de fezes. "O bom funcionamento do intestino evita o maior contato de substâncias carcinogênicas, isto é, que induzem ao aparecimento de câncer, com a mucosa intestinal, para não sobrecarregarmos o aparelho evacuatório na pelve com força excessiva", explica o gastroenterologista. "Enfim, o mau funcionamento acaba interferindo no próprio humor das pessoas", completa ele.

Um intestino que funcione a contento não significa, no entanto, que você tenha de ir ao banheiro todos os dias. Nesse quesito, não existe regra para o hábito intestinal. "A frequência pode variar de três vezes ao dia a três vezes por semana, dependendo da pessoa. O importante é que se tenha uma sensação de evacuação completa", explica o gastroenterologista Sender Miszputen, membro da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

A evacuação tem de ser precedida por vontade de evacuar, não deve exigir esforço (força) e deve apresentar consistência pastosa. "O simples fato de haver fezes em 'bolinhas' endurecidas, pode significar presença de constipação", diz Klajner.

Hoje em dia, é fácil achar quem tenha problemas para evacuar ou sinta que não vai ao banheiro tantas vezes quanto deveria - ou gostaria. "A vida moderna tem sido uma grande vilã para a saúde intestinal. Estamos trabalhando em horários cada vez mais alargados, sem fazer as refeições com regularidade e tempo ideais, o que faz com que não tenhamos tempo para evacuar", alerta o médico do Albert Einstein.

Segundo ele, nosso intestino tem um ritmo que avisa o momento da evacuação e, se este aviso não for seguido, talvez só volte a acontecer no dia seguinte. "Aí, nós perdemos aquele dia de evacuação. No seguinte, as fezes já estarão mais ressecadas e com dificuldade maior para a evacuação", afirma ele.

Para evitar que isso aconteça, a orientação é respeitar o momento da evacuação, não inibindo a vontade. Nestes casos, as mulheres são as que mais sofrem, pois têm muita dificuldade de ir ao banheiro fora de casa, segundo revelou pesquisa da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

O consumo excessivo de comidas pobres em fibras, como as vendidas em fast-foods, e de produtos industrializados, aumenta ainda mais o problema. As fibras são essenciais para o bom funcionamento intestinal. De acordo com Carolina Daher Rolfo, nutricionista do hospital Albert Einstein, a American Dietetic Association (ADA), recomenda que um indivíduo sadio consuma de 20 a 35 gramas de fibra por dia (veja alimentos que ajudam o intestino no álbum abaixo).

A baixa ingestão de líquidos é outro fator que leva à prisão de ventre. Isso porque os líquidos ajudam a hidratar as fezes e melhorar sua consistência. "A ingestão de líquidos hidrata e amolece o bolo fecal, levando à redução do seu peso e facilitando o trânsito intestinal e a expulsão das fezes", diz Daher Rolfo. "Caso ocorra um baixo consumo hídrico, o indivíduo poderá apresentar efeitos adversos causados pelo consumo de fibras, entre estes, podemos observar desde a produção excessiva de flatulência e gases, até obstrução em qualquer parte do tubo digestivo", alerta a médica. O ideal é que se beba pelo menos dois litros de água por dia, sempre fora das refeições.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cérebro das mulheres apresenta DNA masculino após gravidez de meninos, diz estudo

Publicado em - 27/09/2012
Do UOL
Em São Paulo


Os cérebros de grávidas que esperam meninos podem apresentar DNA masculino até o fim da vida, mostra nova pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) no periódico PLoS ONE. Já é conhecido que as células e o DNA trocado entre as mães e os fetos na gravidez podem persistir no sangue e nos ossos das mulheres após o nascimento do bebê – condição chamada de microquimerismo fetal.

Mas os resultados obtidos pelo centro de pesquisas de câncer Fred Hutchinson, em Seattle, nos Estados Unidos, mostram que o material pode ultrapassar essa barreira e se alojar em outros órgãos das mulheres – e isso acontece com bastante frequência no cérebro feminino, revela o estudo.

Para fazer a pesquisa, o time liderado pelo reumatologista J. Lee Nelson examinou autópsias feitas em cérebros de 59 mulheres que tinham entre 32 anos e 101 anos quando morreram. O grupo encontrou evidências do cromossomo Y em múltiplas regiões do cérebro, afetando 63% das amostras analisadas. Além disso, eles detectaram que o DNA masculino perdurou no organismo das mães até o fim da vida – a mulher mais velha com microquimerismo fetal cerebral tinha 94 anos.

Riscos do DNA masculino

Mesmo os efeitos secundários do alojamento de DNA no cérebro ainda serem pouco conhecidos, os pesquisadores levantam a hipótese de que esse material genético intruso pode combater o mal de Alzheimer.

Isso porque, das 59 mulheres analisadas, 33 delas apresentavam sinais da doença degenerativa e outras 26 não tinham problemas neurológicos. As portadoras da síndrome, no entanto, estavam no grupo de mulheres com a menor concentração de células fetais masculinas no cérebro - ou seja, a maioria tinha pouca proteção contra a doença de Alzheimer, afirma o estudo.

Os pesquisadores lembram, ainda, que o microquimerismo fetal pode tanto ajudar a saúde feminina, com a reparação de tecidos e a melhora na imunidade do organismo, quanto reagir negativamente, com a aparição de doenças autoimunes e câncer.

Gestante deve tomar cuidado com a ingestão de alimentos crus, mas sem paranoia

Publicado em - 01/10/2012
Por - Katia Deutner
Do UOL, em São Paulo


O senso comum diz que mulher grávida não pode passar vontade de comer nada, mas no dia a dia –por implicações na saúde da gestante e do feto– a história é bem diferente. É importante que a mulher tome cuidado com a ingestão de alimentos crus, mas sem paranoias –não há necessidade de parar de comer frutas com casca, por exemplo; elas só precisam estar bem limpas. O ponto principal é estar atenta à higiene do local onde se faz a refeição e a certeza da boa procedência dos alimentos.

Qualquer pessoa corre riscos de ter contato com alimentos preparados sem higiene, mas uma infecção alimentar em uma grávida gera mais preocupação por dois motivos: o sistema imunológico da gestante está fragilizado e tudo o que ela come reflete no feto.

"Não há problema em comer alimentos crus na gravidez. Só é necessário lembrar que o processo digestivo é mais difícil e o organismo da gestante precisa de mais enzimas para fazer a digestão", afirma Durval Ribas-Filho, médico nutrólogo e presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia). E o especialista diz que não é necessária uma postura alarmista. "A grávida precisa saber a origem dos alimentos, se eles estão higienizados corretamente, se foram bem armazenados ou ficaram expostos por muito tempo sem refrigeração, o que acontece, geralmente, em restaurantes por quilo", diz.

Onde moram os riscos


"O maior perigo existe se a gestante nunca teve contato com o agente chamado toxoplasma (protozoário encontrado em alimentos crus e mal-lavados), que provoca a toxoplasmose. Na maioria das vezes, essa doença se manifesta como uma gripe forte, que, na gravidez, compromete a saúde do bebê", afirma a ginecologista Rosa Maria Neme, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

A infecção pode atravessar a barreira placentária e afetar o feto, provocando graves sequelas cerebrais. "O modo mais comum de contrair a doença é a partir do contato com fezes de gatos ou quando se come carnes cruas, ou pouco cozidas, e contaminadas pelo parasita”, explica a nutricionista Roseli Rossi, especialista em nutrição clínica funcional, de São Paulo.

O toxoplasma pode ser encontrado ainda em leite não pasteurizado, ovos crus e vegetais que não foram devidamente limpos (e possam ter tido contato com fezes animais). “Quando uma grávida contrai toxoplasmose pela primeira vez, há 40% de chances de transmissão para o feto. Assim mesmo, o risco e a gravidade da infecção no bebê dependem do momento em que a mãe contrai a doença”, diz a nutricionista. Quanto mais perto do começo da gestação, mais sérias são as consequências para o feto, que pode sofrer malformações como catarata congênita, surdez, retardo de crescimento ou mental e até morte intrauterina. Para a grávida, o risco é de aborto ou parto prematuro.

A listeriose é outra doença transmitida por alimentos contaminados. Nesse caso, pela bactéria listeria. Patês crus, queijos de pasta mole –como brie, camembert e roquefort– e leites não pasteurizados e seus derivados são os principais vetores de contaminação. "Ainda pode aparecer em refeições mal cozidas, saladas e quiches (se tiver como ingrediente um queijo de pasta mole)", conta a nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri Consultoria Nutricional, de São Paulo. Se contraída, principalmente no primeiro trimestre, a listeriose pode provocar aborto espontâneo, parto prematuro ou a morte do feto.

Por fim, outra infecção alimentar que merece atenção é a salmonelose, problema provocado por diferentes espécies da bactéria salmonela, presentes em alimentos crus ou mal cozidos e contaminados por fezes. Os itens que oferecem maior risco são as carnes em geral, os ovos, o leite não pasteurizado e seus derivados e a água. "Independentemente da gravidez, todos deveriam evitar pratos com ovos crus, como maionese caseira, mousses e cremes", diz Tânia Rodrigues. A doença provoca diarreia e vômito severos na grávida e, mais uma vez, risco de parto prematuro.

O médico nutrólogo Durval Ribas-Filho, no entanto, afirma que os perigos podem ser contornados. "Se tudo o que se comer durante a gravidez passar por cuidados básicos de higiene, as possibilidades de contaminação são nulas."

Mitos e verdades


Verdade: peixes crus devem ser evitados
Os peixes podem se deteriorar facilmente quando manipulados de forma inadequada ou expostos a temperaturas impróprias. "Certos peixes têm níveis elevados de metilmercúrio, substância que causa danos neurológicos e problemas de desenvolvimento no bebê. O ideal é limitar o consumo, mesmo que cozido, a 350 gramas por semana", diz Roseli Rossi.


Verdade: carne crua ou mal passada deve ser evitada
"Podem conter microrganismos prejudiciais à saúde. Se fossem completamente cozidas, eliminariam os contaminantes e assim não haveria risco de infecções", afirma Tânia Rodrigues. Portanto, o quibe cru da cozinha árabe oferece risco, assim como o carpaccio.


Mito: é preciso tirar a casca das frutas antes de comer
"Muitas vitaminas, minerais e fibras encontram-se nas cascas ou próximas a elas. Não vale a pena tirar. O importante é lavar e higienizar corretamente", fala Tânia.


Verdade: risque a maionese caseira do cardápio
“O produto contém ovos crus –veículo que transporta as variedades de salmonela. “Esqueça também gemada e sorvete caseiro”, lista Roseli.


Mito: verduras e legumes crus são prejudiciais
“Não há problema se forem higienizados em solução de hipoclorito de sódio, seguindo as recomendações de cada fabricante. Depois, devem ser escorridos e lavados novamente em água filtrada para retirar o produto”, recomenda Roseli.


Mito: é proibido comer fora de casa
Não, se a grávida tomar alguns cuidados e souber da qualidade e das condições de higiene do restaurante.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Gravidez prolongada: o que dizem as evidências atuais

Fonte - Site Guia do Bebê Uol
Por - Melania Maria Ramos de Amorim
MD, PhD

No Brasil tem sido frequente a indicação de cesariana quando a gestação ultrapassa 40 semanas mesmo não havendo indicações científicas para esse procedimento.

Gestação prolongada, ou seja, a partir de 42 semanas, ocorre em aproximadamente 5% dos casos, enquanto aproximadamente 10% de todas as gestações se estendem além de 41 semanas (1). É certo que as gravidezes realmente prolongadas (além das 42 semanas) são relativamente raras, uma vez que em muitos casos ocorre um erro na determinação da idade gestacional, porque a data da última menstruação não está correta, ou porque houve uma ovulação tardia e a fecundação não ocorreu por volta do 14º dia do ciclo.

Justamente por esse motivo, uma política de indução do parto ou, como ocorre com certa frequência em nosso país, de cesariana eletiva depois de 40 semanas (ou até antes!) pode promover danos, uma vez que bebês ainda não preparados para nascer podem ser retirados prematuramente do ventre de suas mães. A realização de ultrassonografia precoce (primeiro trimestre) reduz a frequência de diagnóstico de gravidez prolongada, uma vez que boa parte dos casos se deve a erro de datação da idade gestacional (1).
Por outro lado, mesmo gestações realmente prolongadas, datadas corretamente, com idade gestacional confirmada por ultrassonografia precoce, podem ser fisiologicamente prolongadas, porque aquele bebê, especificamente, ainda não está maduro, pronto para nascer, e portanto não se ativa a complexa cascata de eventos hormonais e bioquímicos que leva à deflagração do trabalho de parto. Esses bebês também não se beneficiam de uma política de antecipação do parto, quer por indução quer por cesariana, como ocorre aqui no Brasil, onde infelizmente "antecipar o parto" virou sinônimo de cesariana eletiva.

O maior temor de uma gestação prolongada é que, com o passar do tempo, possa ocorrer insuficiência placentária, com redução do aporte de nutrientes e oxigênio para o bebê, o que pode acarretar aumento de morbidade e mortalidade perinatal, com maior frequência de morte perinatal, anormalidades da frequência cardíaca fetal intraparto, eliminação de mecônio, macrossomia e cesariana (1-4).

Há controvérsias em relação à conduta obstétrica, sendo que a literatura disponível consiste de ensaios clínicos randomizados comparando indução sistemática a partir de 41-42 semanas versus expectação com monitorização do bem-estar fetal (1-4). Não estão disponíveis ensaios clínicos randomizados para avaliar via de parto em gestação prolongada, porém a indução do parto tem sido proposta em todos os ensaios clínicos que comparam conduta ativa com conduta expectante (1-4). Infelizmente, no Brasil, tem sido frequente a indicação de cesariana quando a gestação ultrapassa 40 semanas, sobretudo no setor privado, sobretudo se a paciente já escapou anteriormente de uma indicação de cesariana por condições sem respaldo científico anteriormente (5), porém essa conduta não é corroborada por evidências.

Estão disponíveis na literatura quatro revisões sistemáticas com metanálise abordando a conduta na gravidez que se estende além do termo. Na revisão sistemática de Sanchez-Ramos e colaboradores, publicada em 2003, foram incluídos 16 estudos e observou-se que a indução do parto a partir de 41 semanas, quando comparada à conduta expectante, resultou em menor taxa de cesáreas (20,1% versus 22%) e de líquido amniótico meconial (22,4% versus 27,7%), porém, não houve diferença em termos de mortalidade perinatal, escores de Apgar, admissão em UTI neonatal e síndrome de aspiração meconial. Os autores sugerem que a indução do parto a partir de 41 semanas reduz as taxas de cesárea sem comprometer o prognóstico perinatal (2). No entanto, a redução do risco de cesariana foi apenas marginal.

Outra revisão sistemática publicada em 2009 incluiu 13 ensaios clínicos randomizados com 6.318 mulheres com idade gestacional a partir de 41 semanas (3) e não encontrou redução da mortalidade neonatal com a conduta expectante, verificando-se um risco relativo de 0,33 (IC 95%=0,10-1,09), porém a indução eletiva se associou com redução significativa da síndrome de aspiração meconial (RR=0,43; IC 95%=0,23-0,79), sem diferença no número de admissões em UTI neonatal. O risco de cesariana foi menor em mulheres no grupo da indução (RR=0,87; IC 95%=0,79-0,96), que apresentaram também menor peso fetal (diferença em torno de 100g). Um dos estudos incluídos avaliou satisfação materna e encontrou maior satisfação no grupo submetido à indução do parto (74% vs. 38% referiram preferir a mesma conduta em gestação subsequente). Os autores concluem que a metanálise ilustra um problema com desfechos raros, como mortalidade perinatal, destacando que nenhum estudo com amostra adequada foi ainda publicado, de forma que a metanálise da literatura pode não ser suficiente, e que a conduta mais adequada nas gestações que se estendem além de 41 semanas persiste por ser elucidada. Destacam que uma política liberal de indução poderia sobrecarregar as maternidades e que grandes ensaios clínicos precisam ser conduzidos com o poder de gerar conclusões satisfatórias (4).

Uma revisão sistemática publicada em 2011 incluiu 14 ensaios clínicos randomizados (4). A metanálise sugeriu que a indução eletiva do parto a partir de 41 semanas se associa com redução do risco de morte perinatal (RR=0,31; IC 95%=0,11-0,88) comparada com a conduta expectante, porém não houve redução do risco de morte fetal (RR=0,29; IC 95%=0,06-1,38). Todos os ensaios clínicos incluídos nessa revisão foram pequenos com um número de desfechos adversos bastante baixo tanto no grupo da intervenção como no controle. A prática de indução do parto também se associou com redução do risco de síndrome de aspiração meconial (RR=0,43; IC 95%=0,23-0,79) e de macrossomia (RR=0,72; IC 95%=0,54-0,98). Os autores sugerem que a indução do parto parece ser uma forma efetiva de reduzir a morbidade e a mortalidade perinatal em gestações pós-termo, devendo ser oferecida às mulheres com idade gestacional a partir de 41 semanas, depois de se discutir os benefícios e riscos da indução do parto.

Na revisão sistemática disponível na Biblioteca Cochrane, atualizada em 2012, foram incluídos 22 ensaios clínicos randomizados e 9383 mulheres submetidas à indução do parto (conduta ativa) ou expectação com monitoração da vitalidade fetal (em geral cardiotocografia e avaliação do líquido amniótico) (1). A maioria dos estudos (n=17) incluiu gestantes com 41 semanas (n=4) ou mais (n=13), embora alguns tenham incluído gestações a partir do termo (entre 37 e 39 semanas). No grupo submetido à indução do parto verificou-se redução significativa do risco relativo de morte perinatal (RR=0,31; IC 95%= 0,12-0,81), embora o risco absoluto tenha sido baixo, com uma taxa de morte perinatal de 0,03% na conduta ativa e 0,35% no grupo da conduta expectante. O risco de cesariana também foi significativamente menor com a conduta ativa, porém essa diferença não foi de grande magnitude (RR= 0,89; IC 95%=0,81 - 0,97), com taxas de cesariana de respectivamente 16,3% e 19,3%. Não houve diferença na taxa de natimortos ou de morte neonatal nos dois grupos. A incidência de síndrome de aspiração meconial foi menor no grupo submetido à indução do parto (RR=0,50; IC 95%=0,34-0,73), porém não houve diferença na frequência de asfixia perinatal, baixos escores de Apgar e admissão em UTI neonatal. A média de peso ao nascer foi significativamente menor no grupo da conduta ativa, em torno de 58 gramas, com redução dos casos de macrossomia fetal (RR=0,73; IC 95%=0,64-0,84). O risco de parto instrumental foi marginalmente maior nos casos de indução do parto (RR=1,10; IC 95%=1,00-1,21), mas as taxas foram semelhantes (22% vs. 19%). Não houve diferença na frequência de hemorragia pós-parto.

Na discussão dessa revisão sistemática da Cochrane, os autores destacam que o ponto de corte ideal para oferecer a indução do parto além do termo persiste por ser elucidado, porque tanto os ensaios clínicos randomizados incluídos utilizaram limites diferentes de idade gestacional como as diretrizes de sociedades divergem em estabelecer o ponto de corte, que em geral varia entre 41 e 42 semanas (1). Tanto o Canadá (6) como o Reino Unido (7) oferecem uma política de indução do parto a partir das 41 semanas, enquanto uma análise da Noruega indica que estabelecer o ponto de corte de 41 semanas para indução pode resultar em 240 induções por 1.000 gestações, contra 90 por 1.000 para o ponto de corte de 42 semanas e apenas quatro por 1000 com 43 semanas (8). Sugere-se que o número de induções necessárias para prevenir um caso de morte perinatal seja muito alto (9), porquanto seriam necessárias 416 induções com 41 semanas para prevenir um caso de morte perinatal. Todavia, a mulher que experimenta uma gravidez prolongada é certamente a pessoa mais indicada para avaliar o limite que lhe é mais satisfatório, existindo evidências de que a maioria das mulheres incluídas em um ensaio clínico de indução vs. expectação a partir de 41 semanas escolheriam a indução entre 41 e 42 semanas em uma gestação ulterior (10).

Nessa revisão sistemática Cochrane, os autores sugerem que, dada a redução da morte perinatal observada na metanálise (apesar de o risco absoluto ser pequeno), sem aumento do risco de cesariana, a indução do parto deve ser oferecida às mulheres com idade gestacional entre 41 e 42 semanas, com informação sobre os riscos absolutos e relativos dos diferentes desfechos, reconhecendo-se que as preferências e expectativas das mulheres podem diferir. Se uma mulher escolhe esperar pelo início do trabalho de parto, é prudente realizar monitoração fetal, uma vez que os estudos epidemiológicos longitudinais sugerem risco aumentado de morte perinatal com o avançar da idade gestacional (1).

O American College of Obstetricians and Gynecologists em sua diretriz de 2004 não estabelece um ponto de corte definido para indução do parto (11), porém recomenda a monitoração fetal quando se vai realizar conduta expectante, apesar de o método ideal de monitoração não ter sido ainda estabelecido. A avaliação do líquido amniótico parece ser importante, porém o ponto de corte para definir oligo-hidrâmnio em gestações pós-termo não foi validado e tanto cardiotocografia como perfil biofísico fetal podem ser utilizados, embora a maioria dos protocolos proponha exclusivamente a associação da avaliação do líquido amniótico com a cardiotocografia, cuja periodicidade ideal também não foi definida (11). Amnioscopia não é recomendada (12). Dopplervelocimetria não tem valor na gestação prolongada e não é recomendado para avaliação fetal nessa circunstância (11,13).

Em nossa opinião, corroborada por outros autores (1,3, 9,14) as mulheres devem ser esclarecidas sobre riscos e benefícios associados com a indução do parto a partir de 41 semanas, e devem fazer suas escolhas depois da informação. Não há indicação de cesariana porque a gravidez ultrapassou 40 ou 41 semanas, mesmo com colo desfavorável, sendo que a controvérsia da literatura diz respeito apenas a expectar, aguardando o trabalho de parto espontâneo, ou realizar indução do parto.

Algumas mulheres não querem ser submetidas a protocolos de indução do parto e irão ficar mais satisfeitas aguardando o trabalho de parto espontâneo, porque veem o parto como um processo fisiológico e desejam que este seja o mais natural possível; outras irão preferir uma indução, pelo receio de um risco relativo maior de morte perinatal e aspiração meconial (10). Esta é uma decisão que só a gestante pode tomar, e que deve ser considerada por todo mundo que escreve e pesquisa sobre gravidez prolongada. Na prática clínica diária, obstetras, enfermeiras-obstetras e obstetrizes devem esclarecer às mulheres sobre riscos e benefícios envolvendo a decisão (9, 14), programando estratégias de monitorização do bem estar fetal quando se opta por conduta expectante. Essa monitorização está indicada devido ao aumento do risco de morte fetal na medida em que a gravidez se estende além de 41 semanas (1).

Na conduta expectante, a maioria dos autores sugere avaliar o líquido amniótico através da medida do maior bolsão, considerando-se oligo-hidrâmnio um valor menor que 2cm (15-18) e realizar cardiotocografia duas a três vezes por semana (17, 18). Não há vantagem em se realizar perfil biofísico fetal (16). Dopplervelocimetria não tem papel na monitoração da gravidez prolongada (11, 16). Deve-se estar alerta para o fato de que todos os testes adotados podem ter resultados falsos positivos com o potencial de acarretar intervenções desnecessárias (13).

O descolamento de membranas pode ser oferecido para mulheres com 41 semanas ou mais de idade gestacional (19), reduzindo em torno de 40% a necessidade de indução quando realizado com 41 semanas e em 72% quando realizado com 42 semanas. Esse procedimento, no entanto, não pode ser imposto às pacientes, porque causa desconforto e traz inconvenientes, como contrações irregulares, pródromos prolongados, dor e sangramento.

O exato ponto de corte de idade gestacional para indicar indução do parto ainda não foi estabelecido, devendo-se individualizar os casos de acordo com as características e expectativas das gestantes. Recomenda-se prestar todo o esclarecimento, respondendo a eventuais dúvidas, e as gestantes devem assinar termo de consentimento quer prefiram aguardar o trabalho de parto quer decidam pela indução. No termo de consentimento devem constar vantagens e desvantagens de cada opção, incluindo as possíveis complicações da indução, como taquissistolia, frequência cardíaca fetal não tranquilizadora e síndrome de hiperestimulação uterina.

Os métodos para indução mais utilizados são sonda de Foley, ocitocina, prostaglandina (PGE2) e misoprostol (21). A sonda de Foley pode ser utilizada em pacientes com cesárea anterior e colo desfavorável, não aumentando o risco de hiperestimulação. Ocitocina está indicada se o colo é favorável (escore de Bishop maior ou igual a seis). Prostaglandina E2 e misoprostol podem ser utilizadas quando o colo é desfavorável, porém o misoprostol é contraindicado em mulheres com cesariana anterior. Misoprostol oferece vantagens em termos de custo, facilidade de uso, estocagem, efetividade e administração, podendo ser usado tanto por via oral como vaginal (21-24). Monitoração rigorosa da vitalidade fetal intraparto também deve ser realizada, independente se o trabalho de parto foi espontâneo ou induzido (9, 13, 21).

Devemos destacar, outrossim, que todos os esforços devem ser feitos para datar corretamente a gestação e evitar a interrupção eletiva antes do termo. Uma das consequências da política de interromper sistematicamente as gestações que ultrapassam 40 semanas tem sido o aumento das taxas de prematuros tardios (bebês que nascem entre 34 e 36 semanas) ou "termo precoces" (entre 37 e 38 semanas, aumentando a morbidade neonatal (25). Esses bebês apresentam risco aumentado de complicações no período neonatal, dentre os quais se destacam os distúrbios respiratórios e a icterícia (26,27).

Referências

1. Gülmezoglu A Metin, Crowther Caroline A, Middleton Philippa, Heatley Emer. Induction of labour for improving birth outcomes for women at or beyond term. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 07, Art. No. CD004945. DOI: 10.1002/14651858.CD004945.pub4

2.Sanchez-Ramos L, Olivier F, Delke I, Kaunitz AM. Labor induction versus expectantmanagement for postterm pregnancies: a systematic review with meta-analysis. Obstet Gynecol. 2003;101:1312-8.

3. Wennerholm UB, Hagberg H, Brorsson B, Bergh C. Induction of labor versus expectant management for post-date pregnancy: is there sufficient evidence for a change in clinical practice? Acta Obstet Gynecol Scand. 2009;88(1):6-17.

4. Hussain AA, Yakoob MY, Imdad A, Bhutta ZA.Elective induction for pregnancies at or beyond 41 weeks of gestation and its impact on stillbirths: asystematic review with meta-analysis. BMC Public Health. 2011 Apr 13;11 Suppl 3:S5.

5. Souza ASR, Amorim MMR, Porto AMF. Condições frequentemente associadas à cesariana sem respaldo científico. FEMINA. 2010; 38: 505-16.

6. Delaney M, Roggensack A. SOGC CLINICAL PRACTICE GUIDELINE. Guidelines for the Management of Pregnancy at 41+0 to 42+0 Weeks. J Obstet Gynaecol Can 2008;30:800–810.

7. National Collaborating Centre for Women’s and Children’s Health. Induction of Labour. 2008.

8. Heimstad R, Romundstad PR, Salvesen KA. Induction of labour for post-term pregnancy and risk estimates for intrauterine and perinatal death. Acta Obstetricia et Gynecologica 2008;87:247-9.

9. Mandruzzato G, Alfirevic Z, Chervenak F, Gruenebaum A, Heimstad R, Heinonen S. Guidelines for the management of postterm pregnancy. Journal of Perinatal Medicine 2010;38:111-9.

10. Heimstad R, Romundstad PR, Hyett J, Mattsson LA, Salvesen KA. Women's experiences and attitudes towards expectant management and induction of labor for post-term pregnancy. Acta Obstetricia et Gynecologica 2007;86:950-6.

11. ACOG Practice Bulletin. Clinical management guidelines for obstetricians-gynecologists. Number 55, September 2004. Management of Postterm Pregnancy. 2004;104:639-46.

12. Debord MP. Place du compte des mouvements actifs fœtaux et de l’amnioscopie dans la surveillance des grossesses prolongées. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2011 Dec;40:767-73.

13.Divon MY, Feldman-Leidner N. Postdates and antenatal testing. Semin Perinatol. 2008. 32: 295-300.

14. Sentilhes L, Bouet PE, Mezzadri M, Combaud V, Madzou S, Biquard F, Gillard P, Descamps P.Évaluation de la balance bénéfice/risque selon l’âge gestationnel pour induire la naissance en cas de grossesse prolongée. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2011; 40: 747-66.

15. Nabhan Ashraf F, Abdelmoula Yaser A. Amniotic fluid index versus single deepest vertical pocket as a screening test for preventing adverse pregnancy outcome. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 07, Art. No. CD006593. DOI: 10.1002/14651858.CD006593.pub3

16.Sénat MV. Place de l’évaluation de la quantité de liquide amniotique, du score biophysique et du doppler dans la surveillance des grossesses prolongées. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2011;40: 785-95.

17. Coatleven S. Place du rythme cardiaque fœtal et de son analyse informatisée dans la surveillance de la grossesse prolongée. J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris).2011; 40: 774-84.

18. Haumonté JB, d`Ercole C. Grossesses prolongées (termes dépassés): à partir de quand doit-on surveiller et à quelle fréquence ? J Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2011; 40: 734-46.

19. Boulvain Michel, Stan Catalin M, Irion Olivier. Membrane sweeping for induction of labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 07, Art. No. CD000451. DOI: 10.1002/14651858.CD000451.pub4

20. Caughey AB, Snegovskikh VV, Norwitz ER. Postterm pregnancy: how can we improve outcomes? Obstet Gynecol Surv. 2008; 63: 715-24.

21. Winer N. Modalités du déclenchement dans les grossesses prolongéesJ Gynecol Obstet Biol Reprod (Paris). 2011 Dec;40(8):796-811.

22.Hofmeyr G Justus, Gülmezoglu A Metin, Pileggi Cynthia. Vaginal misoprostol for cervical ripening and induction of labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 07, Art. No. CD000941. DOI: 10.1002/14651858.CD000941.pub1

23. Alfirevic Zarko, Weeks Andrew. Oral misoprostol for induction of labour. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library,Issue 07, Art. No. CD001338. DOI: 10.1002/14651858.CD001338.pub4

24. World Health Organization. WHO recommendations for Induction of labour. Geneva, Switzerland, 2011.

25. Engle WA, Kominiarek MA. Late Preterm Infants, Early Term Infants, and Timing of Elective Deliveries. Clin Perinatol. 2008; 35: 325–341.

26. Whyte RK. Neonatal management and safe discharge of late and moderate preterm infants. Semin Fetal Neonatal Med. 2012;17: 153-8.

27. Ghartey K, Coletta J, Lizarraga L, Murphy E, Ananth CV, Gyamfi-Bannerman C. Neonatal respiratory morbidity in the early term delivery. Am J Obstet Gynecol. 2012 Jul 20. [Epub ahead of print]

domingo, 16 de setembro de 2012

Vale a dica exibida nesta reportagem

Fonte- Site Folha de SP (Equilibrio e Saúde)
MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Procon investiga composto lácteo da Nestlé que tem 'cara' de leite e deixa pais confusos
 
 
 
As embalagens de Ninho e Ninho Fases são semelhantes: latas redondas e amarelas com a marca Ninho em letras grandes. Mas consumidores mais atentos verão que, dos dois, só um é leite em pó.
Diferentemente do leite Ninho, o Ninho Fases é um composto lácteo, uma mistura à base de leite e outros ingredientes, como óleos vegetais. A frase "este produto não é leite em pó" está na parte de trás da lata. Ele tem tem diferentes versões para cada faixa etária, de um a cinco anos.
Por causa da possibilidade de o consumidor ser induzido a erro, o Procon de São Paulo começou a investigar a Nestlé, após receber a denúncia de um consumidor.
Até há poucas semanas, o próprio site da Nestlé colocava o Ninho Fases na categoria de leite. Só mudou após uma notificação do Procon
A entidade agora analisa o material publicitário da empresa e poderá multá-la ou exigir contrapropaganda. O prazo para o resultado da análise é de 120 dias, segundo Paulo Arthur Góes, diretor executivo do Procon-SP.
"A informação nem sempre é clara. O consumidor não sabe a diferença entre leite e composto lácteo. Para ele, é tudo leite, mas o composto lácteo não tem as mesmas propriedades."
O Ministério da Agricultura também recebeu denúncias sobre o Fases.
QUALIDADE
Não há consenso entre os especialistas sobre se é melhor dar composto lácteo ou leite integral às crianças a partir de um ano -antes disso, o ideal é que ela receba leite materno.
Segundo Edson Credidio, médico nutrólogo e pesquisador em alimentos funcionais da Unicamp, o leite integral, por ser mais rico em nutrientes, é melhor para o desenvolvimento dos pequenos.
"Os melhores suplementos nutricionais estão nos alimentos e não no que se adiciona a eles. Essas novidades são meramente comerciais."
O publicitário Adriano Ferreira, 37, de Sorocaba (SP), ficou surpreso quando a médica de sua filha Heloísa, 3, disse que o Ninho Fases não era leite e pediu que ele trocasse de produto.
"Escolhi o Fases no supermercado porque vi que tinha um monte de vitaminas. Para mim era um leite Ninho mais incrementado. Você olha a embalagem e nem questiona se é leite porque conhece a marca Ninho. Me senti enganado."
Em blogs, outros pais se dizem surpresos e até revoltados quando descobrem que o Ninho Fases não é leite e contém xarope de milho, um tipo de açúcar.
Sophie Deram, pesquisadora e nutricionista do ambulatório de obesidade infantil do HC da USP, afirma que a tentativa de elaborar produtos com menos gordura saturada e mais vitaminas e minerais que o leite natural cria produtos doces e educa o paladar das crianças dessa forma. "Dou prioridade a alimentos reais, sem tantos processos industriais e adição de suplementos vitamínicos."
Já o pediatra Moises Chencinski afirma que o composto lácteo tem uma formulação mais apropriada para a criança manter o peso adequado e prebióticos para a saúde da flora intestinal.
"O leite integral pode ter mais nutrientes, mas não são os adequados para essa faixa de idade."
Cid Pinheiro, coordenador das equipes de pediatria do Hospital São Luiz e professor assistente da Santa Casa, afirma que, com o passar dos anos, o leite deixa de ser tão essencial para a criança porque as fontes de cálcio ficam mais diversificadas com a ingestão de outros alimentos, como queijo e iogurte, e, portanto, não há problemas em consumir o composto lácteo.
"No fim, a decisão sobre qual tipo de leite a criança vai tomar depois do aleitamento materno tem que ser individualizada e orientada por um pediatra."
OUTRO LADO
Em nota, a Nestlé afirmou que respeita o direito de informação ao consumidor e cumpre a legislação referente à comercialização de compostos lácteos do Ministério da Agricultura.
A empresa diz que os ingredientes adicionados ao leite visam contribuir para a ingestão de nutrientes importantes na infância.
A reportagem também questionou a Nestlé sobre o uso de xarope de milho no Ninho Fases. O ingrediente adicionado a produtos industrializados, com alta concentração de frutose e composto também por glicose, já foi acusado de ser um dos culpados pela epidemia da obesidade nos EUA. O nutrólogo Edson Credidio afirma que nele há quase as mesmas calorias do açúcar.
A empresa diz que uso do ingrediente visa reduzir o dulçor do produto. "O xarope de milho é um carboidrato que confere um sabor menos doce, o que garante a palatabilidade de Ninho Fases, colaborando para que as crianças acostumem o paladar a alimentos menos doces."


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Complementando a matéria anterior, outra de peso!!!!

Fonte - Site folha de SP (equilibrio e saúde)
Publicade por - IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO em11/09/2012

'Estamos criando analfabetos motores', afirma educador físico

Crianças brasileiras das classes média e alta estão mal preparadas para o esporte e sem vontade de se exercitar. E pais e escolas não ajudam, segundo Luiz Roberto Rigolin, autor de "Desempenho Esportivo: Treinamento com Crianças e Adolescentes" (Phorte, 631 págs., R$ 89).

Doutor em educação física com pós-doutorado em filosofia pela USP, Rigolin, 43, se dedica à formação de atletas e se preocupa com o desenvolvimento das habilidades físicas na infância. Aqui, ele fala das dificuldades atuais da educação motora.

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Folha - Nunca se falou tanto de atividade física, mas as crianças estão cada vez mais sedentárias. O que acontece?

Luiz Roberto Rigolin - A prática de exercícios resulta do desenvolvimento motor, processo que começa desde que a criança nasce. Ela precisa experimentar todas as possibilidades de movimento para desenvolver habilidades físicas. Hoje tem menos oportunidade de fazer isso. Estamos criando uma geração de analfabetos motores.

Como chegamos a isso?

Começa pela reclusão urbana. A grande preocupação dos pais é com a segurança. Têm medo de soltar o bebê, ele pode se machucar. Quando o filho começa a crescer, não pode brincar na rua, por causa do risco de assalto...

O outro elemento é a tecnologia. Com os brinquedos tecnológicos a criança desenvolve várias habilidades cognitivas, sem dúvida, mas muito pouco da parte motora.

E as escolas também não querem ter problemas com pais preocupados em proteger os filhos, então dão poucas opções para a criança experimentar seu corpo de forma mais solta, quando o risco de se machucar é maior.

Nesse caso, não adianta pagar uma escola cara, com a ideia de dar mais oportunidades para o filho se desenvolver?

Pode ser até pior. A inteligência motora está na periferia, onde as crianças não são superprotegidas como as de classes média e alta e por isso têm chance de experimentar os movimentos de forma mais livre. Também têm menos acesso a brinquedos tecnológicos, então têm que encontrar outras formas de brincar: soltar pipa, jogar taco. Por isso a maioria dos atletas de esportes complexos não vem das classes A e B.

A educação motora inclui esfolar o joelho às vezes?

Sim, isso é fundamental, mas também é natural o adulto querer ajudar a criança para que ela não se machuque.

Como os pais podem ajudar?

Com bebês, eles precisam estruturar a casa para deixar a criança subir no sofá, empurrar e puxar objetos etc. E precisa ter alguém acompanhando. Se é o pai, a mãe ou a babá que vai fazer isso, não importa, o que interessa é que a criança tenha oportunidade de experimentar.

Depois, dos três aos sete anos, os pais podem fazer com que a criança adquira o gosto pela atividade física. Isso não é feito só em casa, inclui a escola, o parque, a rua.

E as atividades dirigidas, como as escolas de esportes?

Muitos pais e mães acham que vão incentivar a atividade física colocando o filho na natação, na escolinha de futebol. Mas às vezes o que a criança quer é andar de bicicleta ou de skate. A grande colaboração que os pais podem dar é mostrar as alternativas de atividades para o filho descobrir o seu caminho.

Se a criança mostra talento em alguma modalidade, como os pais podem estimular?

Isso é um problema porque, a partir do momento em que o filho passa a praticar um esporte, os pais já querem que ganhe medalhas.

Começa a pressão por desempenho, que vem também do técnico, do diretor do clube. Imagine como a criança fica nessa história de precisar atender as expectativas de todas essas pessoas.

É possível recuperar habilidades motoras que não foram desenvolvidas na infância?

 
Dá para melhorar, mas nunca vai ser a mesma coisa. E os pais e os professores têm que estar preparados para ensinar essa criança mais lentamente e sem forçá-la a fazer atividades que estão fora de suas possibilidades.

Mães precisamos tomar consciência que o nosso papel é ......

Fonte - Site do Estadão
Publicada em - 14/09/2012 10:15 | Por OCIMARA BALMANT ( estadao.com.br)



...... muito mais importante na formação deste ser tão precioso que recebemos em nossa família!!!


Mães não valorizam carinho e lazer na primeira infância, mostra pesquisa

Para as mães de crianças menores de 3 anos, cuidar da saúde do filho é muito mais importante que dar carinho, brincar...

Para as mães de crianças menores de 3 anos, cuidar da saúde do filho é muito mais importante que dar carinho, brincar ou conversar com ele. Esse é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Ibope que ouviu mais de 2 mil pessoas em 18 capitais brasileiras.

Quando perguntadas sobre o que é importante para o desenvolvimento da criança de 0 a 3 anos, 51% delas responderam que a principal contribuição é levar ao pediatra regularmente e dar as vacinas. O porcentual de quem acredita na importância de brincar, passear e conversar cai para 19% e fica menor ainda se forem considerados os que defendem a necessidade da socialização com outras crianças: 8% 

"Isso mostra como a questão da saúde está bem resolvida - e é muito bom que esteja -, mas ainda precisamos avançar muito em relação aos fatores emocionais e comportamentais", diz Saul Cypel, neuropediatra e consultor da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV). "Os pais ainda desconhecem a importância de estabelecer os vínculos afetivos e, consequentemente, os danos que podem haver quando se ignora o potencial de aprendizagem da primeira infância."
A fundação apresentou a pesquisa em um simpósio internacional sobre a primeira infância que promoveu em São Paulo.

Os números mostram o desconhecimento dos pais: grande parte dos entrevistados acha que sentar, falar e andar são sinais mais claros do desenvolvimento infantil do que a criança ser capaz de interagir ou estranhar pessoas distantes; mais de 50% dos entrevistados acreditam que o bebê só tem capacidade de aprender a partir dos 6 meses.

"Precisamos de uma campanha que diga: 'nasceu, começou a aprender'. Sem isso, corremos o risco de perpetuar um cuidado instintivo que se preocupa com a sobrevivência, mas se esquece da dimensão ética, dos valores", diz Yves de La Taille, da Faculdade de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

Trabalho integrado. O caminho para essa conscientização passa pela criação de políticas públicas que unam as Secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social, diz Eduardo Marino, gerente de avaliação da fundação. Desde 2009, a fundação tem trabalhado com seis municípios na implementação de ações simples, porém eficazes.

O trabalho abrange a criação de espaços lúdicos nos quais as crianças possam brincar e interagir com seus pais e cuidadores, encontros de reflexão interativa com a família e um pré-natal que inclua não só questões biológicas, mas também outros aspectos relevantes do desenvolvimento infantil e - muito importante a partir dos resultados desta pesquisa -, a ampliação do tempo da consulta pediátrica.

"Já que 79% das mães recorrem ao pediatra nos momentos de dúvida, é importante que esses profissionais assumam um papel que vá além do diagnóstico físico. Com uma consulta estendida, ele pode orientar sobre a importância dos momentos de lazer, do afeto", resume Cypel.

Por enquanto, os pais têm sido norteados por um censo comum que não difere escolaridade nem classe social: 55% das mães e gestantes acreditam que deixar as crianças assistirem a desenhos ou a programas infantis ajuda no desenvolvimento. "A gente propõe, nessa etapa, atividades em que a criança se movimente, interaja, brinque, faça atividades artísticas, ao ar livre. Isso tem um papel muito mais importante. Ainda que a TV seja uma possibilidade cotidiana, o uso tem de ser muito cauteloso no sentido do tempo gasto e do que é proposto", diz a diretora da Escola Santi, Adriana Cury. / COLABOROU MARIANA LENHARO.