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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Marcas da cesárea

Fonte: Revista Sempre Materna
Por: Carolina Ildefonso
Publicado em: 11/05/2010

O Brasil tem o título de campeão mundial de cesarianas realizadas por planos de saúde. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2008, as cesáreas representaram 85% dos partos feitos por meio dos convênios. O porcentual é alto, se considerando os 15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Esse índice registrado pelo setor de saúde suplementar eleva o total de cesarianas realizadas no Brasil para 43%, se incluso os setores público e privado. Já, se fosse levado em conta somente o percentual do sistema público de saúde, de 26%, o país estaria próximo ao que é recomendado pela OMS e aos níveis de países desenvolvidos, como Holanda (14%) e Estados Unidos (26%).

Epidemia entre as mulheres brancas, a cesárea alcançou até mesmo as índias, no Brasil. Embora o parto normal ainda seja predominante (87%) entre as indianas, as cesarianas são cada vez mais frequentes, principalmente quando o nascimento ocorre num hospital. No ano passado, de todos os partos realizados na rede pública, 34% foram por cesariana, neste grupo populacional.

Recuperação

Com tempo de recuperação que varia de mulher para mulher, a cesariana dá um trabalho e tanto para o organismo. O cirurgião plástico, Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, explica que são muitas camadas de tecido para cicatrizar, do útero até a parede do abdômen. Depois do parto, a abertura feita pelo bisturi demora pelo menos quatro semanas para cicatrizar e um mês para se definir. “Na maioria das mulheres, a cicatriz fica imperceptível, no prazo de seis meses a um ano após o parto. Mas em algumas pacientes, dependendo da propensão do organismo, a cicatriz da cesárea pode inflamar e se tornar um quelóide ou uma cicatriz hipertrófica”, explica o cirurgião plástico.

Na cesariana, o corte é feito em um local onde não há tensão muscular. Por esse motivo, a mulher só vai desenvolver o quelóide caso tenha disponibilidade genética ou algum outro fator que agrave a cicatriz. Segundo o membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, quelóide é uma cicatrização exagerada e volumosa que pode acontecer em algumas partes do corpo como barriga, tórax, braços e lóbulos da orelha. “As pesquisas começam a chegar à conclusão de que o quelóide pode ser um processo genético ou espontâneo. Já a cicatriz hipertrófica é apenas um engrossamento da cicatriz comum.”

Cuidados extras

O local da cirurgia merece atenção. É importante não pegar sol, pois os raios solares estimulam a irritação da cicatriz. Também é preciso deixar a região em repouso. Já os curativos podem ser feitos fita micropore ou com silicone. Assim, após quatro semanas, já é possível observar os resultados da cicatrização.
“Mesmo diante de todos os cuidados, é preciso esclarecer a paciente que uma cicatriz nunca desaparece, pois este é um fenômeno da natureza que caracteriza uma resposta a uma agressão no tecido da pele.

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