ATIVIDADES AQUÁTICAS COM SEGURANÇA
CAUSAS DA MORTE
Crianças de 1 a 4 anos • Fonte: Ministério da Saúde/2004
colocação causa número
1º. Afogamentos 533
2º. Atropelamentos 290
3º. Demais lesões 146
4º. Queimaduras 143
5º. Sufocação 128
6º. Quedas 96
7º. Choque elétrico 69
8º. Envenenamentos 36
9º. Plantas e animais
venenosos 21
10º. Ciclistas 10
11º. Acidentes com armas de
fogo 10
12º. Mordedura de animais 02
TOTAL - 1.745
CAUSAS DA MORTE
Crianças de 5 a 9 anos • Fonte: Ministério da Saúde/2004
colocação causa número
1º. Atropelamentos 499
2º. Afogamentos 426
3º. Acidentes de carro 352
4º. Demais lesões 132
5º. Quedas 84
6º. Queimaduras 48
7º. Choque elétrico 42
8º. Ciclistas 38
9º. Sufocação 38
10º. Plantas e animais
venenosos 22
11º. Acidentes com armas de
fogo 18
12º. Envenenamentos 12
13º. Mordedura de animais 03
TOTAL - 1.714
POR PROF. WILLIAM URIZZI DE LIMA*
Ultimamente temos
acompanhado pela imprensa vários casos de afogamentos no Brasil e o que tem
chamado mais atenção é a maneira e a sucessão das ocorrências que não são
novidades
AS TABELAS ACIMA DEMONSTRAM
AS CAUSAS DA MORTE EM CRIANÇAS
DE 1 A 4 ANOS E DE 5 A 9
ANOS:
• destaque
A relação do ser humano com
a água nos remete à Antiguidade, seja pela sobrevivência – alimentação, fuga
dos animais – ou como arte guerreira. Na Grécia Antiga uma Lei do Parlamento de
689, dizia:
“Todo cidadão educado deve
saber nadar”. A partir do século XVI várias regiões da Europa
levaram a sério a relação do
homem com a água, criando métodos e estratégias de
aprendizagem da natação,
através de cartilhas.
Em 1538 foi publicado o
primeiro manual de Natação, intitulado “Colymbetes”, de
autoria do humanista
Nicholas Wynman. Todavia, a sua intenção estava mais relacionada
com a ideia de evitar o
perigo de afogamento do que com a aprendizagem da Natação
como forma de Educação
Física.
Segundo o Journal of Indian
Academy of Pediatrics, a situação atual do afogamento na
infância é a 1ª causa morte
no Brasil, Austrália,Índia e diversos estados americanos e 2ª
causa morte por acidentes no
mundo. E, de acordo com o Journal of Trauma, os afogamentos
ocorrem devido a três
fatores: falso senso de segurança, brincadeiras próximas ao meio líquido e a
falta da vestimenta apropriada para a água.
Um dos exemplos do falso
senso de segurança é o indivíduo que não nada, flutuar ou deslocar-se com
materiais, tais como, flutuadores e boias de braço. Isso não significa
segurança e o mesmo não deveria ficar sozinho.
Foto: Thinkstock
REVISTA CREF4/SP • Nº 36 •
FEVEREIRO 2013 • ANO XIV 13
DIVISÃO DE NÍVEIS E ALUNOS X
PROFESSOR DESENVOLVIDA PELA
METODOLOGIA GUSTAVO BORGES
Níveis pedagógicos
Número de alunos x professor
Idades
Espaço físico pedagógico
Cores dos níveis
Bebê I até 10* Entre 06 a 12
meses 10 m² Amarelo
Bebê II até 10* Entre 13 a
24 meses 10 m² Amarelo
Bebê III 04 Entre 25 a 36
meses 5 m² Amarelo
Adaptação 05 A partir 03
anos 5 m² Verde
Iniciação 06 A partir dos 04
anos 10 x 4 m Vermelho
Aperfeiçoamento 1 08 A
partir dos 06 anos 15 x 4 m Azul claro
Aperfeiçoamento 2 10 A
partir dos 07 anos 25 m ou Piscina inteira Azul escuro
Aperfeiçoamento 3 10 A
partir dos 06 anos 25 m ou Piscina inteira Laranja
*Com acompanhantes
• destaque
Mas, muitos pais preocupados
com a churrasqueira deixam seus filhos com flutuadores sozinhos na piscina,
acreditando que estão em segurança. O fato é que o crescimento do número de
residências com piscinas tem aumentado a causa da morte por afogamento.
Diante dos fatos chegamos à
conclusão da importância de aprender a nadar, não necessariamente com o
objetivo de aprender os quatro nados competitivos, crawl, costas,
peito e borboleta, mas
principalmente no aprendizado da autonomia aquática ou na autos-
sufi ciência onde o
indivíduo aprenderá a autopropulsão; as mudanças de direção autonômicas; trocas
respiratórias conscientes; domínio total e profundo da apneia; a
flutuação em decúbito dorsal
prolongada; o domínio do corpo em situações adversas e o respeito ao perigo.
Ao ingressar num curso de
atividades aquáticas o aluno ou os pais deverão analisar e observar os
conceitos pedagógicos, os objetivos, a metodologia e o corpo docente da
instituição, como ocorrem nas observações das escolas nos níveis maternal,
fundamental e médio.
A natação formativa
insere-se no conceito escola. Sendo assim, podemos encontrar uma entidade que desenvolve
somente a natação denominada de escola de natação ou a escola de natação
inserida no conceito academia, reunindo várias atividades físicas. Porém, o
foco não se altera, sendo mantido o conceito escola, com os seus níveis ou
séries pedagógicas, número de alunos por níveis e por professor.
Ciente disto, as escolas de
natação deveriam tomar determinados cuidados como o desenvolvimento e avaliação
constante da metodologia, os conceitos pedagógicos e a relação do número de
alunos x professor x idades x espaço. Como, por exemplo, a divisão de níveis e
alunos x professor desenvolvida pela Metodologia Gustavo Borges desde 2005 sob
a minha supervisão pedagógica.
A determinação do espaço
físico pedagógico tem dois objetivos: diminuir o risco do aluno sair do raio de
observação do professor, segurança aquática e facilitar o aprendizado,
diminuindo o cansaço através de pequenas distâncias.
Para minimizar riscos
durante as aulas e nos ambientes aquáticos alguns cuidados deverão ser tomados:
a) Aulas:
1. Dividir as turmas
relacionando as habilidades motoras, autonomia na água e a
idade.
2. Profissionais
capacitados.
3. Aprendizagem de técnicas
de autossalvamento no meio aquático.
4. Elevação dos níveis da
água na piscina – locais rasos.
5. Aprender a utilização de
materiais flutuantes como coletes, geralmente encontrados nas embarcações de
turismo.
b) Ambientes Aquáticos:
1. Programas educativos para
a comunidade.
2. Redes de segurança ao
redor da piscina.
3. Maior supervisão dos
adultos.
Durante as aulas, o Profissional
de Educação Física, especializado em natação, deverá demonstrar conhecimentos
sobre salvamento e socorros de urgência, e nos locais aquáticos, onde não são
realizadas aulas, deverão ter Salva-vidas.
Segundo o Art. 5º da
regulamentação da profissão de Salva-vidas é obrigatória a presença de 2 (dois)
Salva-vidas para cada 300 m² de superfície aquática durante os horários de uso
de piscinas públicas e coletivas, assim entendidas as utilizadas em clubes,
condomínios, escolas, associações, hotéis e parques públicos e privados.
Diante dos relatos aqui
apresentados, deveria ser de responsabilidade das faculdades de Educação Física
a formação do Profissional de Educação Física, especializado em natação,
incluindo nos programas as disciplinas aquáticas. A ideia da ausência ou carga
horária baixa da disciplina aquática nas faculdades parte do princípio errôneo
de que as escolas públicas não possuem piscinas. Pensando assim, excluem as
escolas de natação ou centros esportivos da prefeitura – cidade de São Paulo –
localizados no próprio bairro, onde poderiam ser realizados programas
governamentais de aprendizagem da natação – sobrevivência aquática – para a
população na idade dos 6 e 7 anos, como os realizados na maioria dos países
europeus. E, ignoram que o Brasilapresenta um rico ambiente geográfico aquático
com rios, represas, lagos e mar.
Com o objetivo da melhor
preparação e melhor visão da sobrevivência aquática do acadêmico de Educação
Física é importante que o professor das disciplinas aquáticas inclua no conteúdo
programas de segurança, cuidados preventivos e salvamento.
Mesmo que o acadêmico não
tenha interesse pelas atividades aquáticas provavelmente, durante a sua vida
profissional, estará diante de situações de risco com os seus alunos,
geralmente encontradas nos ambientes aquáticos em viagens, excursões e festas
de formatura.
*Prof. William Urizzi de Lima,
é Profi ssional de Educação Física (CREF 000023-G/SP),Psicólogo Clínico (CRP06775-SP),
Professor das disciplinas aquáticas da FMU (SP), Coordenador e professor do
Curso de Pós-graduação de Natação e Atividades Aquáticas da FMU e Universidade Gama
Filho, Professor convidado dos cursos de Pós-graduação do Hospital das Clinicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Supervisor Pedagógico da
Metodologia Gustavo Borges da Natação Formativa, Proprietário e Coordenador
Pedagógico da Dolphins Academia (SP). Foi Técnico da Seleção Brasileira de
Natação (1977 a 2001).É Conselheiro do CREF4/SP.
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